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Novas previsões de chuvas para a Argentina pesam e soja fecha em queda em Chicago

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Depois de um início de pregão estável, com movimentações bastante tímidas para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, os preços intensificaram suas baixas no início da tarde desta segunda-feira e fecharam o dia em campo negativo. O março/18 volta a ficar abaixo de US$ 9,70 e o maio/18 de US$ 9,80 por bushel.

A mudança nos mapas climáticos para a Argentina, divulgada neste início de semana, mudou o cenário previsto para os próximos dias e pesou sobre as cotações. O que antes trazia um período de precipitações mais limitadas agora mostra bons acumulados para importantes regiões produtoras argentinas.

“E essas mudanças pesaram sobre Chicago e o mercado devolveu um pouco”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. “E as previsões de chuvas melhores também para o Sul do Brasil contribuíram”, completa.

De acordo com informações apuradas pela Labhoro Corretora, o modelo americano prevê volumes de 50 a 75 mm para o norte de Buenos Aires, extremo sul de Entre Rios, uma pequena área de Córdoba e partes de Santa Fe. Outras regiões produtoras do país poderiam receber até 45 mm de chuvas.

“O GFS segue divergindo nas suas próprias previsões, ora colocando chuvas para a Argentina e Rio Grande do Sul, ora retirando as mesmas”, diz a corretora.

Nas últimas 72 horas, segundo informações do Commodity Weather Group, cerca de 30% da área produtora de soja e milho da Argentina recebeu chuvas. Há chances ainda de que no leste e extremo norte da Argentina ainda possa possa receber mais precipitações no período dos próximos 6 a 15 dias. No entanto, o grupo afirma que ainda há cerca de 20% da região produtora sob uma situação de stress.

Ademais, ainda segundo Brandalizze, esse é um período de cautela para o mercado internacional, com os traders esperando pelo novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o qual será reportado na próxima sexta-feira, 12 de janeiro. “Essa é uma semana de proteção, e com isso, o mercado liquida um pouco mais”, diz.

Na outra ponta dos negócios, nesta segunda-feira, a notícia de duas vendas anunciadas pelo USDA de vendas de soja da safra 2017/18 foi responsável por trazer algum suporte – ou equilíbrio – aos preços. De acordo com o departamento, foram 120 mil toneladas para o Egito e mais 132 mil para destinos desconhecidos.

Porém, embarques semanais dentro das expectativas do mercado acabaram tirando parte do peso positivo dessa informação.

Mercado Brasileiro

Ainda de acordo com o consultor, os negócios começam a tomar mais ritmo nesta semana no Brasil, porém, ainda estão pontuais diante de preços que se mostram aquém dos esperados e precisados pelos produtor brasileiro.

“O mercado da soja terá uma semana de alguns negócios, mas será de pouco movimento porque tem pouca soja livre para ser negociada e a safra nova ainda não colocará boas ofertas no mercado livre. Será uma semana de calmaria e pouco espaço para mudanças”, explica Brandalizze.

Números da Brandalizze Consulting apontam que há cerca de 30% da safra brasileira 2017/18 já comercializados, contra 45% da temporada anterior, nesta semana época.

Outro ponto limitante das vendas no Brasil é o dólar, que abriu 2018 com uma queda bastante expressiva. Nesta segunda, em uma tentativa de início de recuperação, a moeda americana fechou com 0,08% de alta e R$ 3,2363. Na última semana, as baixas acumuladas passaram de 2,4%.

“Seguimos surfando o humor externo enquanto observamos a questão política versus ajuste fiscal por aqui”, trouxe a corretora H.Commcor em relatório mais cedo conforme noticiou a agência Reuters.

Ainda assim, os preços buscam espaço para uma recuperação nas praças de comercialização do interior do Brasil. Em pontos de Mato Grosso como Rondonópolis e Primavera do Leste, as cotações subiram, respectivamente, 4,13% e 8,77% nesta segunda, para R$ 63 e R$ 62 por saca.

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