Com uma produtividade de 31,3 toneladas por hectare, materiais genéticos de mandioca biofortificados estão sendo avaliados e reproduzidos no Campo Experimental da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), em Tangará da Serra (239 km a Médio Norte de Cuiabá). Considerada mais nutritiva, com alto teor de vitamina A, boa produtividade e de ciclo precoce, produz a partir de oito meses. Algumas variedades de mandioca superam a produtividade média nacional de 14,4 toneladas por hectare.
Essas são algumas características de algumas variedades de mandioca biofortificada para atender os agricultores familiares interessados no cultivo. A coordenadora do projeto de biofortificados da Empaer, Marilene de Moura Alves, fala que ao todo são 10 variedades de mesa oriundas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que foram adaptadas para nossa região. Os experimentos foram implantados no ano de 2012 com nove materiais genéticos, e em 2017 com três materiais. Ela destaca, que já possuem manivas e mudas de mandioca disponíveis para o cultivo.
O pesquisador da Empaer e chefe do Campo Experimental, Welington Procópio, explica que os novos materiais possuem características que atendem demandas tanto de agricultores quanto de consumidores. São precoces, ou seja, produzem a partir de oito meses, enquanto as cultivares precoces disponíveis no mercado geralmente começam a produzir dez a doze meses após o plantio. As novas variedades também possuem elevado potencial produtivo, arquitetura favorável aos tratos culturais, facilidade na colheita e resistência às principais pragas e doenças.
Com materiais genéticos da Embrapa, a variedade BRS 399 atingiu a maior produtividade, 31,3 toneladas por hectare; e do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a variedade IAC 576-70 produziu 26,3 toneladas por hectare. A pesquisadora da Empaer, Dolorice Moreti, desenvolve pesquisa e validação de tecnologias com a cultura da mandioca desde 2012. Ela argumenta que a variedade biofortificada da polpa amarela ultrapassou a média nacional de produtividade, que é de 14,4 toneladas/hectare de mandioca, e também do Mato Grosso, que chega a 14,3 toneladas/hectare.
De acordo com a pesquisadora Dolorice, estão em avaliação 10 materiais genéticos, sendo que, por enquanto, dois foram repassados para os produtores rurais dos municípios de Cuiabá, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Acorizal, Sinop e outros. “A mandioca é uma cultura de grande importância agrícola em Mato Grosso, importante fator de geração de trabalho e renda no campo e fonte de alimento para a população, principalmente para agricultura familiar”, enfatiza Dolorice.
A pesquisa conta com a participação do pesquisador da Embrapa Cerrados do Distrito Federal, Eduardo Alano, um dos responsáveis pelos clones biofortificados. Eduardo fala para que a pesquisa participativa funcione, ou seja, para avaliar os clones biofortificados com os produtores, é necessário seguir alguns critérios: material genético para levar para os produtores, interesse dos produtores em testar esses materiais e mecanismo de extensão rural ágil e eficiente.
No Campo de Tangará da Serra estão disponíveis ramas e mudas das variedades de mandioca BRS Jari, Gema de Ovo e Dourada. As pesquisas são realizadas também nos Campos Experimentais de Acorizal, Cáceres e Sinop.
O foco dessas pesquisas e parcerias é aumentar, sobretudo na alimentação dessas populações, a presença de ferro, zinco e vitamina A, micronutrientes importantes para melhorar a resistência do organismo e o desenvolvimento intelectual. A produção de manivas e mudas são para atender a demanda dos agricultores familiares do Estado, que deverão receber esses materiais para produção em larga escala com a finalidade de atender a merenda escolar e o mercado consumidor.
Os materiais foram fornecidos pela Embrapa que é a Coordenadora do Programa BioFort no Brasil. Em Mato Grosso, a Empaer é responsável. A informação é da assessoria.