O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, fez palestra, ontem, em Paris, para aproximadamente mil pessoas entre agricultores europeus e representantes de cooperativas agrícolas sobre sustentabilidade da agricultura brasileira e oportunidades de cooperação e investimento, durante a reunião anual da Invivo Group, que tem como foco a agricultura brasileira e sua expressão no cenário global. A Invivo congrega mais de 220 cooperativas e está presente em 31 países. No Brasil, a empresa investiu na CCAB Agro (Consórcio Cooperativo Agropecuário Brasileiro) com objetivo de fortalecer cooperativas brasileiras.
Geller disse que há diversas áreas com oportunidades de negócio para os investidores estrangeiros, entre elas está o setor de produção de insumos, infraestrutura, logística, processamento e distribuição. Ele apresentará o portfólio de oportunidades nos mais variados segmentos do agronegócio brasileiro. O portfólio conta com 30 projetos que representam US$ 1,3 bilhão.
Ele demonstrou que a maior parte do território brasileiro é preservada, com 66,3 % de vegetação nativa. “A área de vegetação nativa preservada nas propriedades rurais no Brasil, de 20,5%, é equivalente à área total da Franca e Noruega somadas”, observa o secretário.
Em sua palestra, Geller também detalhou o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), que visa promover maior adaptação dos sistemas produtivos agropecuários aos efeitos das mudanças climáticas e reduzir as emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE) provenientes das atividades no campo. Os meios são a adoção de práticas e sistemas de produção mais resilientes e conservacionistas dos recursos naturais (recuperação de pastagens degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e Sistemas Agroflorestais; Sistema Plantio Direto; Fixação Biológica de Nitrogênio; Florestas Plantadas; Tratamento de Dejetos Animais e Adaptação às Mudanças Climáticas.
Com forte participação no mercado internacional do agronegócio, o Brasil é líder nas exportações de açúcar, com vendas em 108 países, café (115 países), suco de laranja (56 países), soja (81 países) e carne de frango (132 países). É o segundo colocado nas exportações de carne bovina (127 países) e milho (50 países). E fica na quarta posição no comércio exterior de carne suína, destinada a 98 países.
“Além de atender à demanda doméstica, a agricultura brasileira tem a capacidade de suprir demanda de consumidores internacionais”, afirmou Geller. As exportações do agronegócio atingiram US$ 89,08 bilhões de janeiro a novembro deste ano.