Investidores de Mato Grosso asseguraram R$ 1,066 bilhão em recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante os 5 primeiros meses deste ano. Os recursos liberados aumentaram em 15,21% sobre igual período do ano passado, quando foram destinados ao Estado o montante de R$ 925,6 milhões. Contudo, o crédito foi menos pulverizado, já que foram contemplados 5,008 mil contratos este ano, ante 9,463 mil em 2016, de janeiro a maio, uma contração de 47,08%.
A agropecuária se mantém como o setor mais beneficiado com o crédito bancário em Mato Grosso, ao captar 71,38% de todo o recurso destinado pelo BNDES ao Estado no período analisado. Produtores rurais foram atendidos com R$ 761,3 milhões entre janeiro a maio deste ano, quantia 21,78% maior que aquela computada no mesmo período do ano passado, quando foram registrados R$ 625,2 milhões. O recurso repassado este ano atendeu 1,975 mil contratos, sendo 8,56% a menos que em 2016, quando foram 2,160 mil. “O agronegócio é a bola da vez, está segurando o PIB (Produto Interno Bruto)”, comenta a consultora empresarial Maria Terezinha de Farias. “Na realidade, o empresariado em geral deseja acessar os recursos, mas os bancos estão muito exigentes neste ambiente de crise”.
Consutor de investimentos, o economista Carlos Vitor Timo comenta que a expectativa dos investidores é que com a mudança na presidência do BNDES haja uma flexibilização no crédito. “Certamente há uma demanda represada, há expectativa de que isso destrave”. Outro segmento que registra evolução nos empréstimos este ano é o de infraestrutura, que contabilizou o desembolso de R$ 168,3 milhões até maio, um crescimento de 29,80% sobre 2016, quando foram destinados R$ 129,6 milhões.
Demandaram menos recursos do BNDES os segmentos do Comércio/Serviços e Indústria. Para a indústria mato-grossense foram emprestados R$ 28 milhões entre janeiro a maio, sendo 37,82% a menos que os R$ 45 milhões aprovados no mesmo intervalo de 2016. A redução percentual foi ainda maior se analisado o número de operações, que baixou de 880 no ano passado para 395 este ano, um decréscimo de 55,1%.
Retração na captação do crédito oficial também foi verificada no setor comercial e de serviços, que contratou R$ 108,8 milhões em todo o Estado, cifra 13,52% inferior aos R$ 125,8 milhões do último ano. Foram 2,277 mil operações este ano, contra 5,538 mil em 2016, baixa de 47%.