Um movimento pedindo mudanças e a modernização da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) foi lançado sexta-feira à noite, em Rondonópolis. O Movimento “Muda CNA” recebeu o apoio de produtores rurais, líderes políticos e presidentes de diversas entidades representativas do setor produtivo, e defende o fim da reeleição para presidência, por tempo indeterminado como é hoje, o fim do salário para o cargo de presidente da Confederação – estima-se que o valor ultrapasse R$ 70 mil -, e ainda questões relacionadas à contribuição sindical e à modernização da entidade representativa do setor.
A CNA tem como missão, conforme seu estatuto, representar, organizar e fortalecer os produtores rurais brasileiros, congregando associações e lideranças rurais e participando das discussões e decisões sobre a política nacional agrícola. No entanto, para as entidades isso não vem ocorrendo como deveria.
Entre as entidades que encamparam o movimento estão a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), a Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), além da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Segundo o vice-presidente da Aprosmat, Carlos Augustin, o momento é propício para o debate. “Está claro que o momento é insatisfação geral e devemos nos movimentar para mudar o quadro. Há casos de presidentes que se acomodam e fazem da Confederação, e algumas federações, sua carreira, pois com os altos salários não querem deixar o posto. No entanto, nós somos prejudicados, pois deixamos de ser ouvidos, não há diálogo e nem participação dos produtores nas decisões”, afirmou.
“O que temos vivenciado na Frente Parlamentar da Agricultura é que discutimos com a base, levamos as demandas adiante e a CNA vai na contramão de tudo o que foi discutido. Não há diálogo e penso que temos que buscar sim uma nova direção. É preciso redesenhar o sistema CNA e eu levanto essa bandeira junto com vocês”, afirmou o deputado federal Adilton Sachetti (PSB), que teve suas palavras endossadas pelo senador José Medeiros (PSD).
Além deles, participaram do ato em Rondonópolis o presidente do Sistema Famato, Normando Corral, o presidente e o vice-presidente da Aprosmat, Gutemberg Silveira e Carlos Augustin, respectivamente, o ex-presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) e da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Sergio de Marco, o ex-governador Rogério Salles (PSDB), presidente e vice-presidente do Sindicaot Rural de Rondonópolis, Aylon Arruda e Lucindo Zamboni Junior, presidentes dos sindicatos rurais de Alto Garças e de Primavera do Leste, entre outros.
Para o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, a CNA precisa ter um estatuto mais democrático, mais forte e mais representativo. “Acredito que agora é um bom momento para iniciar essa mudança por um processo mais democrático dentro da instituição”, disse em depoimento. Presente na reunião, o presidente da Famato, Normando Corral, relatou que a insatisfação dos setores com a atual gestão da CNA chegou ao limite quando a CNA se manifestou favorável à retomada da cobrança do Funrural, uma decisão do Supremo Tribunal Federal tomada em março desse ano.
“Naquele momento nós emitimos uma nota enquanto Federação manifestando nossa indignação com a postura da CNA, marcando posição. E digo que a mudança que vocês querem na CNA não é diferente da mudança que eu quero”, disse o presidente da Famato.
A partir de agora, o movimento começa a se espalhar por todo país na tentativa de mudar o estatuto com os pontos elencados pela comissão que lançou o “Muda CNA”. A Confederação terá novas eleições em novembro deste ano.
A informação é da assessoria