A missão brasileira a países árabes com objetivo de atrair investimentos para o agronegócio brasileiro tende a impactar positivamente nas exportações de Mato Grosso. Os encontros abertos a representantes do setor serão liderados pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, entre os dias 14 e 21 deste mês. Ele irá à Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Kuwait, que são mercados importadores de produtos do agronegócio brasileiro, inclusive dos itens produzidos em solo mato-grossense.
O ministro terá encontros com autoridades governamentais e empresariais dos 4 países. Segundo a Pasta, representantes de entidades de empresas brasileiras participantes da missão terão oportunidade de apresentar a potenciais investidores projetos para captação de investimentos e ampliar laços comerciais. A visita representará uma chance de retomar as vendas. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), apurados pela Federação das Indústrias (Fiemt) mostram queda nas exportações mato-grossenses para esses país no 1º trimestre.
Entre os 4 mercados, a Arábia Saudita é o principal importador de produtos de Mato Grosso. No 1º trimestre de 2016, o Estado exportou US$ 91,457 milhões em produtos agropecuários à Arábia, sendo os principais soja e milho, que representaram US$ 84,127 milhões do total. No 1º trimestre deste ano, as vendas baixaram 41%, alcançando US$ 53,758 milhões, puxado pela redução no milho, cujas vendas zeraram este ano. Para os Emirados Árabes Unidos, Mato Grosso exportou US$ 7,478 milhões no 1º trimestre, que representou redução de 65% se comparado ao mesmo trimestre de 2016, quando chegou a US$ 21,532 milhões.
Segundo o levantamento, os principais produtos exportados em 2016 foram milho, derivados da extração do óleo de soja e carnes de aves congeladas. E a queda foi puxada pela venda de milho e derivados da extração do óleo de soja que também ficaram em zero no 1º trimestre deste ano. Ambos os países apresentaram redução na venda de carnes bovinas, após a deflagração da operação Carne Fraca.
Segundo o economista Vitor Galesso, é imprescindível que o governo promova essas visitas aos países importadores dos produtos brasileiros para que as exportações voltem a crescer. No entanto, ele acredita que falta um trabalho mais forte no mercado interno, com incentivo ao crescimento das indústrias do Estado, já que a maior parte da produção, como a de carnes, é processada em São Paulo, deixando de gerar empregos e desenvolvimento para a economia estadual.