Os ministros de Meio Ambiente, Ricardo Salles, e de Agricultura Tereza Cristina e o governador Mauro Mendes estiveram, esta tarde, em Campo Novo do Parecis (396 km a Noroeste de Cuiabá), no 1º Encontro Nacional de Grupo de Agricultores Indígenas, na Aldeia Matsene Kalore. Eles conheceram a cooperativa, localizada na aldeia, e uma das áreas de produção de cultura de soja. A ministra Tereza Cristina asseverou que a produção indígena concilia o desenvolvimento e o meio ambiente. “Os produtores indígenas estão fazendo uma revolução na agricultura e mostrando ser possível produzir e também ser indígena. Estão lado a lado com os maiores agricultores do país”, disse.
O ministro Ricardo Salles apontou que o Governo Federal também dará apoio na manutenção e ampliação das produções em terras indígenas. “É garantir o direito e reconhecer a geração de riqueza, não apenas para os povos indígenas, mas também para todo o país”.
O povo Paresi, formado por cerca de 2 mil indígenas, tem se destacado na produção de soja, milho, batata, batata-doce, abóbora, feijão, entre ouros produtos. Na safra 2018/19, em Campo Novo do Parecis, foram semeados 8,7 mil hectares de soja, mil hectares de milho e 300 hectares de arroz. Para a safrinha, a previsão é de 7,7 mil hectares de milho convencional, 6 mil ha de feijão, 1,4 hectares de girassol e 500 de milho branco.
Ronaldo Zokezomaiake Paresi, presidente da Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas Haliti-Parecis, Nambikwara e Manoki (Coopihanama), comemorou a presença das autoridades no evento, uma vez que fortalecerá o pedido junto ao Governo Federal. “Nosso objetivo foi cumprido. Nós conseguimos trazer aqui os ministros, o governador e autoridades que podem nos ajudar e dar apoio para continuarmos a nossa produção. Isso nos dá dignidade. A vinda deles aqui é importante para que todos vejam que com autonomia, nós somos capazes de fazer muito. Por isso a gente convidou todo mundo”, declarou.
O governador Mauro Mendes afirmou que o governo fará o que for necessário para que os marcos legais a respeito do assunto sejam alterados. Atualmente, as aldeias são consideradas terras da União. Por esse motivo, os povos indígenas também não podem arrendar as terras para terceiros. “Eles [os povos indígenas] mostram que querem trabalhar, produzir. Querem construir seu sustento com dignidade, mantendo sua cultura. E o governo do Estado apoiará essa iniciativa para que os povos indígenas de Mato Grosso sejam um exemplo para outros Estados e também para que possam extrair as riquezas minerais de suas terras, garantindo a manutenção do meio ambiente”, disse o governador.