A presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), Daniella Bueno, e o diretor técnico, Thiago Augusto Tunes, se reuniram, ontem, em Brasília, com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi. Durante a reunião foi apresentada a problemática da manutenção das culturas de soja, algodão e milho como infestantes da Amaranthus palmeri, listada como praga quarentenária presente. Atualmente, é necessária a certificação sanitária de toda a produção mato-grossense, o que gera a emissão de 1,6 milhões de Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV).
A Amaranthus palmeri foi identificada em Mato Grosso (no núcleo algodoeiro Centro Norte), em áreas normalmente cultivadas com rotação das culturas de algodão, soja e milho, encontrada em apenas 7 propriedades localizadas em 4 municípios do estado, limitando-se a uma área de 12 mil hectares. Desde 2016 não há registro de ocorrência da praga em novas propriedades.
De acordo com a presidente do Indea, foi solicitado ao Mapa, a retirada da amaranthus palmeri da lista de praga quarentenária presente. “Além disso, solicitamos também a suspensão de quaisquer exigências que possam ser impostas sobre as culturas de algodão, soja e milho, e sugerimos que as exigências para o controle da amaranthus palmeri sejam definidas em instrução normativa específica, e que tenhamos um prazo de 60 dias para discussão e elaboração da mesma”.
O Ministério da Agricultura já encaminhou ofício ao Fórum Nacional do Executores de Sanidade Agropecuária solicitando apoio na divulgação aos demais órgão de defesa agropecuária, informando que a categorização da amaranthus palmeri como praga quarentenária presente não enseja a adoção imediata de medidas de controle de trânsito interestadual de produtos e subprodutos vegetais oriundos de Mato Grosso.
Durante o encontro também foi discutido sobre o pleito do setor produtivo, que busca a mudança do período do vazio sanitário e o calendário de plantio de soja, em Mato Grosso.
O ministro apresentou o ponto de vista sobre o problema e toda a discussão que tem causado, principalmente com a alta utilização dos fungicidas nas áreas com soja plantada no mês de dezembro, a qual cresce com uma alta pressão do inóculo da ferrugem, podendo assim aumentar a resistência da ferrugem por pressão de seleção.
A gestora do Indea destacou que o assunto tem sido tratado com dedicação pela autarquia, com a realização de reuniões internas e externas com o setor produtivo e especialistas no tema. Porém, até o momento não tem uma proposta segura do ponto de vista fitossanitário, mas que estamos caminhando para consegui-lo.
Durante a reunião também foi apresentado o programa do treinamento para os engenheiros agrônomos do Indea. A capacitação que será realizada de 6 a 8 de novembro, em Cuiabá, contará com o apoio do Mapa, que disponibilizou a presença de dois servidores da Coordenadoria de Sementes e Mudas do Mapa, Virginia Arantes Ferreira Carpi e Ricardo Zanatta Machado, que serão palestrantes no evento. O treinamento conta também com o apoio da Superintendência Federal de Agricultura em Mato Grosso (SFA-MT).
Estiveram presentes o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Eduardo Pacifi Rangel, e o presidente da Aprosoja em Mato Grosso, Antônio Galvan.