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Mercado se foca no clima e tem altas de dois dígitos nesta 2ª em Chicago

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Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, nesta segunda-feira (7), trabalharam em campo positivo durante todo o dia e foram ampliando seus ganhos no final da sessão para encerrá-la com altas de mais de 10 pontos entre os principais contratos. Assim, o contrato novembro/17 fechou com US$ 9,67 por bushel.

O mercado deu início à semana – esta que deverá ser uma semana de bastante volatilidade em função dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) – trabalhando em campo positivo diante do final de semana de tempo mais seco no Meio-Oeste americano, à espera da atualização da condição das lavouras americanas e de previsões que já mostram menos chuvas para o cinturão nos próximos dias.

Previsão do Tempo

Embora ainda haja alguma divergência entre os modelos climáticos, os mapas europeu e american parecem ter se alinhado um pouco mais, mostrando menos chuvas nos próximos 10 dias. E em áreas como as Dakotas, Nebraska e Iowa ainda precisam de bons volumes para que uma recuperação efetiva de suas lavouras aconteça.

“O modelo GFS, que até meados da semana passada vinha divergindo dos demais e previa chuvas maiores que os outros, finalmente entrou em sintonia. Agora, ele basicamente retirou as chuvas do Meio-Oeste para os próximos 10 dias”, explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa.

Dessa forma, ainda segundo Sousa, o mercado em Chicago volta a colocar prêmio de clima, estimulando essa recuperação das cotações, depois de uma semana em que as baixas acumuladas passaram de 5% entre as posições mais negociadas. “Os modelos climáticos estão simplesmente uma roleta e ninguém está acertando os números”, completa.

Os mapas do modelo europeu, como mostram informações apuradas pela Labhoro, desta segunda até o próximo dia 17 de agsoto, os acumulados nos estados do Sudeste e da região do Delta, além de algumas áreas das Planícies do Sul podem receber acumulados de 65 a 125 mm.

Condição das Lavouras

Na última segunda-feira (31), o USDA provocou – ao lado de mapas climáticos que mostravam uma melhora das chuvas no Corn Belt – uma reviravolta no mercado da soja ao trazer uma alta de dois pontos percentuais no índice de lavouras em boas ou excelentes condições quando se esperava uma nova redução.

E para esta segunda, 7 de agosto, algumas consultorias também trabalham com estimativas menores, enquanto outras acreditam, por outro lado, em uma melhora na soja e um declínio podendo ser registrado somente no milho.

“O desenvolvimento favorável da safra continua onde os níveis de umidade seguem adequados, porém, ainda pode ser observado um cert estresse em áreas onde continua a seca, apesar de temperaturas mais amenas”, explica o boletim diário da Allendale.

Novo boletim mensal do USDA

Na próxima quinta-feira, 10 de agosto, o USDA traz seu novo boletim mensal de oferta e demanda. O reporte é o primeiro do ano safra que chega com informações de campo sobre a nova temporada e, por isso, tem um peso grande sobre o andamento das cotações.

As expectativas antes da divulgação dos novos números são grandes, portanto, e indicam, após essas adversidades climáticas, estimativas de uma safra menor nos Estados Unidos.

Para a colheita, a Allendale, por exemplo, espera 114,39 milhões de toneladas, contra 115,9 milhões projetadas no boletim de julho. Assim, a expectativa de produtividade da consultoria é de 53,75 sacas por hectare, contra 54,42 projetadas no mês passado. Para o milho, são esperadas 350,72 milhões de toneladas e 175,57 sacas por hectare, enquanto em julho eram, respectivamente, 362,1 milhões de toneladas e 180,67 sacas por hectare.

Embarques semanais dos EUA

Ainda nesta segunda-feira, as altas da soja em Chicago foram beneficiadas também pelos números atualizados dos embarques semanais norte-americanos de soja que superaram, mais uma vez, o intervalo esperado pelo mercado.

Na semana encerrada em 3 de agosto, os EUA embarcaram 685,697 mil toneladas de soja, contra projeções dos traders de 240 mil a 540 mil toneladas. Assim, o acumulado dos embarques na temporada já chegam a 55.091,471 milhões de toneladas. No ano passado, nesse período, o total era de pouco mais de 47,8 milhões, e o número do USDA para as exportações totais desta temporada 2016/17 é de 57,15 milhões de toneladas.

Preços sobem no Brasil

No Brasil, os preços acompanharam as boas altas de Chicago e também subiram neste início de semana. Os negócios, porém, não fluem com tanto ritmo, uma vez que o produtor brasileiro – além de se distanciar do mercado diante desses patamares de preços – também espera pelas novidades que podem aparecer nesta semana.

No interior, os ganhos entre as principais praças de comercialização ficaram entre 0,87% e chegaram a até 1,89% nesta segunda-feira. Nos portos, o dia foi de pouca movimentação e referências estáveis. Em Paranaguá, a soja disponível manteve os R$ 71,40 por saca, enquanto a safra nova ficou em R$ 70,00.

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