Mato Grosso tem déficit de armazenagem de grãos de 16,955 milhões de toneladas, o equivalente a 29% da produção. Os 1,234 mil estabelecimentos cadastrados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em dezembro de 2016 possuem capacidade para estocar 41,045 milhões (t) de soja, milho, algodão em caroço, arroz, feijão e café. Por outro lado, o volume de oleaginosas, leguminosas e fibras na safra 2016/2017 está projetado em 58,606 milhões (t) no Estado, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A produção total, divulgado na quinta-feira (8) pela autarquia ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), indica que a soja prevalece com 30,513 milhões (t) e está 17,2% acima da quantidade colhida na última safra (26,030 milhões/t). Outro destaque é o milho, que alcança produção de 25,556 milhões (t), 67,3% acima do resultado da última safra. Com a ajuda do clima na temporada atual, a produção total de grãos cresce 35% sobre a safra 2016/2017, quando a estiagem afetou o rendimento das lavouras e foram colhidas 43,428 milhões (t) em Mato Grosso.
Já a capacidade de armazenagem estadual aumentou em 1,08%, com ampliação de 441 mil toneladas nas unidades armazenadoras do Estado. Ao fim de 2015, os 1,889 mil armazéns cadastrados pelo IBGE podiam abrigar 40,604 milhões de toneladas de grãos. Como observa o supervisor de Pesquisas Agropecuárias do IBGE em Mato Grosso, Elton Fior, nesta última pesquisa de estoques foram excluídos os armazéns menores, com capacidade até 20 mil toneladas. A pesquisa avalia a capacidade de estocagem nos armazéns convencionais, graneleiros e silos.
De acordo com os tipos de armazenagem, os graneleiros detêm maior capacidade instalada em Mato Grosso, que envolve 24,378 milhões de toneladas, ou seja, 59,39% da capacidade total instalada. Especialmente nos últimos 8 anos, a produção cresceu muito acima da armazenagem, observa o gerente da comissão de Política Agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) de Mato Grosso, Frederico Azevedo. “Se considerarmos a questão da segurança alimentar, que prevê a estocagem de produtos, o deficit é ainda maior”, avalia.
Para ele, é preciso um cronograma de construção de armazéns em Mato Grosso. O crédito para investimento em armazenagem precisa ser desburocratizado nos bancos, acrescenta Azevedo. Nessas linhas de crédito específicas o governo reduziu a taxa de juros em 2 pontos percentuais a partir de 1º de julho, no Plano Safra 2017/2018.