O cronograma para retirada gradual da vacinação contra febre aftosa no Brasil entrou na pauta da reunião da Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa). O encontro aconteceu na última semana, em Pirenópolis (GO). Mato Grosso foi representado pelo Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) no encontro com consultor da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
A partir de novembro de 2018 existe a possibilidade de iniciar a retirada da vacina contra aftosa no país, segundo o Ministério da Agricultura (Mapa). Para avançar neste objetivo, o Indea e toda a cadeia produtiva convidaram o consultor da OIE, Bernard Vallat, que também atuou como diretor geral da Organização. Ele tem expertise sobre o processo de mudança de status de vacinação e outros temas, como sistema de compartimentação na suinocultura e inspeção de produtos de origem animal. Mato Grosso mantém especial atenção nessa transição por abrigar o maior rebanho do país, com 30,2 milhões de bovinos.
“As contribuições de Vallat são de extrema importância para discutirmos ações de relevância econômica, com toda a sua experiência e uma visão mundial em defesa sanitária”, avalia o presidente do Indea, Guilherme Nolasco. Para ele, a defesa sanitária é feita entre governo e setor produtivo. “É o que nosso Estado tem feito. Mato Grosso tem se esforçado para evoluir nas questões sanitárias. A cadeia produtiva tem investido em ações de defesa, a exemplo do Fesa (Fundo Emergencial de Saúde Animal) que em 2016 aportou o recurso de 500 mil euros para o Fundo Mundial da OIE, destinado a ações de saúde e bem-estar animal”.
Na percepção do consultor da OIE, o Brasil sempre foi muito atuante e exerce papel significativo no combate à febre aftosa e à peste suína clássica. Afirma que é um país comprometido com a defesa sanitária e com ações que refletiram o seu desenvolvimento nas Américas e no cenário mundial. Em um estado com vocação agropecuária como é Mato Grosso, ações como esta são essenciais, avalia o secretário adjunto de Agricultura da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Alexandre Possebon.
“Quando falamos em defesa sanitária falamos de economia. Sanidade, é isso que vai garantir a abertura de mercados. É muito importante quando envolvemos todos os agentes da produção, todos imbuídos de que a sanidade é a base para o fortalecimento da nossa economia”.