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Mato Grosso exporta US$ 5,2 bilhões em produtos nos primeiros quatro meses do ano

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Maior produtor nacional de grãos, carne bovina e apontado como “celeiro do mundo”, Mato Grosso vendeu para o mercado internacional 14,026 milhões de toneladas de produtos agropecuários este ano. A quantidade embarcada no 1º quadrimestre já é 18,06% superior à realizada no mesmo período de 2017, quando totalizaram 11,880 milhões (t).

O incremento no volume de embarques somado ao câmbio favorável às exportações refletiu na negociação de US$ 5,295 bilhões, computados de janeiro a abril de 2018, ante US$ 4,890 bilhões no mesmo intervalo de 2017, com variação anual de 8,27%. Tanto em volume quanto em receita, a soja continua em destaque no saldo das exportações, mas as vendas externas de milho puxaram o crescimento nos embarques.

Enquanto a demanda internacional pela soja e derivados retraiu, as vendas de milho dispararam. Conforme informações disponibilizadas pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), foram embarcadas 8,464 milhões de toneladas de produtos do complexo soja, suficientes para movimentar US$ 3,844 bilhões no acumulado dos 4 primeiros meses deste ano.

Comparativamente com o 1º quadrimestre de 2017 verifica-se queda de 15,92% nas vendas externas da oleaginosa e derivados e recuo de 2,46% no faturamento, já que foram negociadas 10,067 milhões (t) por US$ 3,941 bilhões. A movimentação de cargas de milho para outros países cresceu 153,18% na mesma base comparativa e o saldo comercial avançou 136,29%. Enquanto no 1º quadrimestre deste ano foram negociadas 3,737 milhões (t) do cereal ao valor total de US$ 584,319 milhões, no ano passado as vendas do produto ficaram restritas a 1,476 milhão (t) que resultaram em US$ 247,287 milhões de receita.

O milho exportado nessa época é oriundo da safra passada, já que a atual ainda está em fase de desenvolvimento das lavouras, lembra o economista Vitor Galesso. “Os contratos de venda são fechados com antecedência e pelo milho existe uma forte demanda global”, observa.

Outro produto agropecuário que se destaca no saldo das exportações é o algodão, que teve avanço de 55,66% no volume exportado e de 63,87% na receita comercial neste início de 2018. As vendas externas do produto totalizaram 166,608 mil (t) ao montante de US$ 275,552 milhões de janeiro a abril deste ano. No 1º quadrimestre de 2017, os compradores internacionais importaram 107,029 milhões (t) com desembolso de US$ 168,148 milhões.

As exportações de carne bovina continuam em alta e registram evolução de 5,24% em volume e 6,03% na receita comercial. Enquanto nos primeiros 4 meses de 2017 foram comercializadas 76,550 mil (t) ao montante de US$ 309,005 milhões, este ano as vendas externas alcançam 80,567 milhões (t) e valor total de US$ 327,651 milhões.

Em Mato Grosso, a balança comercial pesa mais para o lado das vendas externas, que movimentaram 15 vezes mais que as importações durante o 1º quadrimestre deste ano. Com a aquisição de produtos de outros países foram desembolsados US$ 343,921 milhões no Estado, enquanto as exportações movimentaram US$ 5,295 bilhões, conforme os dados do Mdic.

Essa proporção desigual entre as compras e vendas internacionais garante que a balança comercial mato-grossense se mantenha superavitária em US$ 4,952 bilhões no acumulado dos 4 primeiros meses de 2018. No mesmo período do ano passado, o superávit comercial alcançou US$ 4,404 bilhões, resultante da movimentação de US$ 4,890 bilhões com os embarques de produtos para os mercados internacionais e desembolso de US$ 486,795 milhões com importações.

Confrontados os valores investidos na compra de produtos estrangeiros nos primeiros quadrimestres de 2018 e 2017 verifica-se retração anual de 29,35% nas importações realizadas por Mato Grosso este ano. A cotação do dólar tem desestimulado as compras de produtos internacionais, afirma o presidente do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan.

Apesar disso, a tendência para os próximos meses é que as indústrias mato-grossenses comprem mais maquinários e equipamentos. “Os investimentos precisam ser retomados, mas antes de importar é preciso considerar a variação cambial e a taxa de importação, porque às vezes pode compensar mais um produto nacional”, alerta.

Na lista de produtos importados por Mato Grosso predominam os componentes para fertilizantes, inseticidas, colheitadeiras e gás natural. A maioria dos itens foi adquirida dos Estados Unidos, Rússia, Belarus, China, Canadá, Israel, Paraguai, Emirados Árabes Unidos, Bolívia e Catar. Desempenho mensal Apesar da queda quadrimestral nas importações constatada entre janeiro a abril deste ano, a destinação de produtos estrangeiros para Mato Grosso foi intensificada nos últimos 8 meses e atingiu em abril deste ano o maior patamar em negócios no período, sendo que em setembro de 2017 foram consumidos US$ 108,648 milhões com produtos importados pelo Estado.

E as exportações mato-grossenses e brasileiras podem crescer ainda mais com o estreitamento das relações comerciais com o Canadá. Esta semana, o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, reuniu-se com o Ministro Parlamentar da Agricultura do Canadá, Jean-CLaude Poissant, para tratar dos avanços na pauta de exportações brasileiras para aquele país.

Novacki, que lidera a Missão Brasileira ao Canadá, também participou da abertura da Feira SIAL Canadá, principal evento da indústria de alimentos canadense e a porta de entrada para os produtos agropecuários do Brasil na América do Norte. Na reunião com Poissant, Novacki tratou de destravar as negociações para ampliação das exportações e acelerar a análise canadense para abrir o mercado aos produtos brasileiros. O país negocia a liberação das exportações de carnes há alguns anos com o Canadá.

O Brasil respondeu aos questionamentos canadenses pendentes e a missão recebeu novas dúvidas das autoridades canadenses. O Brasil deve receber uma missão técnica canadense no 2º semestre para avaliar o sistema de carnes bovinas e suínas brasileiras. O Brasil já exporta carne de frango ao Canadá.

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