Mato Grosso caminha para atingir um novo recorde na produção de soja em 2018. A previsão é colher 32 milhões de toneladas, volume que supera as 31 milhões (t) da safra anterior, maior volume produzido até então no Estado. A projeção é da Agroconsult e foi apresentada nesta quinta-feira durante o 7º Encontro de Previsão de Safra, em Cuiabá, realizado pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).
A estimativa indica crescimento de 3% na colheita de soja no Estado. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam alta de 0,4% (30,6 milhões/t), enquanto o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) prevê queda de 0,95%, com 30,9 milhões (t) do grão. Se os números da Agroconsult se confirmarem, a safra de soja de 2018 será a maior do Estado, superando o recorde do ano passado. O crescimento na produção é consequência de aumento da produtividade.
De acordo com André Pessôa, CEO da Agroconsult, produtores de Mato Grosso colheram 55,5 sacas por hectare no ano passado e colherão mais este ano, em média 56 sc/ha. A safra brasileira está prevista em 117,5 milhões (t) contra 114,5 milhões (t) na temporada 2016/2017, com cerca de 1 milhão/ha a mais este ano, chegando a 35 milhões/ha.
Por outro lado, o milho sofrerá encolhimento, com a colheita de 26,1 milhões (t) contra 29,5 milhões (t) na safra 2016/2017 (30,4 milhões/t, segundo dados do Imea) em Mato Grosso. O milho sofreu com a retração de preço no ano passado, o que levou à redução da área plantada este ano. Levantamento do Imea e da Agroconsult indicam que há produtores migrando para o algodão.
“Em Mato Grosso as expectativas do mercado são de redução na área plantada, mas a nossa não. No ano passado foram 4,5 milhões de hectares e a desse ano é de 4,6 milhões, com alta de 2% no Estado. Pode cair um pouco ainda, porque há um atraso no plantio da safra de milho, decorrente do atraso da colheita de soja precoce. Mais milho será plantado dentro de março, o que não ocorreu no ano passado”, destaca Pessôa.
“Mato Grosso é o motor do crescimento e vai seguir crescendo. No caso da soja, a exportação deve ser maior do que no ano passado. Para o milho ainda é muito cedo, porque a safrinha está sendo definida. Em 2017 exportamos bastante milho em virtude de uma safrinha boa e 2018 vai depender das chuvas nos próximos 2 meses”, avalia o presidente da Anec, Luís Barbieri.