O Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) retoma as atividades com um orçamento anual de cerca de R$ 10 milhões. O valor foi estimado pelo presidente da empresa, Guilherme Nolasco, que tomou posse ontem do cargo, após deixar a presidência do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea). Ele disse que o dinheiro será investido em pesquisas e prospecção de novos mercados.
Para Nolasco, o recurso permitirá a sustentabilidade financeira do instituo e ainda permitirá o financiamento das atividades focadas no desenvolvimento de tecnologias que aprimorem os critérios e indicadores do produto mato-grossense, levando aos países compradores segurança sobre a qualidade de produção, bem como o respeito às legislações ambientais.
No primeiro mês a frente da gestão do Imac, as atividades estarão focadas na construção de um planejamento de ações e orçamentário, esclarece Nolasco. Ele acrescenta ainda que antes de ser executado, o plano passará pela aprovação do conselho deliberativo, que tem representantes da toda a cadeia e também do governo.
O governador de Mato Grosso, Pedro Taques, explica que o objetivo da gestão é usar o Imac como ferramenta para prospecção de mercados internacionais. “Muitos países ainda têm preconceito com relação à carne brasileira, mas podemos superar isto com aparato técnico”.
De acordo com o presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Marco Tulio, a categoria está vislumbrando a valorização do produto e espera que a gestão dentro das fazendas ganhe notoriedade também fora das porteiras, permitindo assim melhores resultados.
O Decreto nº 1.260, que regulamenta a Lei nº 10.486, estabeleceu no ano passado os recursos que seriam destinados ao instituto. O dinheiro, vindo do Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado do Mato Grosso (Fesa-MT), corresponderia a 30% da arrecadação e na época não houve consenso entre os envolvidos na cadeia sobre o tema.
Por este motivo, o governador reeditou o decreto e estabeleceu novas regras para o custeio, além da definição de alíquotas igualitárias para todos os envolvidos. “Agora, temos uma decisão firmada a partir do diálogo e estamos preparados para receber mais investimentos de instituições internacionais que já se mostraram interessadas”, relata Taques.
Conforme o estatuto do Imac, o instituto tem a atribuição de promover a carne de Mato Grosso, definir critérios para tipificação da carne e articular com entes públicos e privados nacionais e/ou internacionais o desenvolvimento de ações que promovam o setor.
Está na lista de objetivos a promoção de estudos para a melhoria da carne; o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias para padronização de carcaças e melhorias na qualidade da carne; promoção de atividades de orientação ao consumidor, baseadas em pesquisas de mercado; fomento ao desenvolvimento de produtos e a rastreabilidade da carne.
O modelo mato-grossense de instituto é baseado no modelo uruguaio, mas também existem empresas que realizam o mesmo trabalho nos Estados Unidos, Uruguai, Argentina e Nova Zelândia.