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Indea e setor produtivo discutem possível mudança em vacinação da febre aftosa

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O Brasil caminha para a retirada da vacinação contra febre aftosa, e para isso é preciso se preparar. O ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) deverá anunciar na reunião da Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa) 2017 – que acontece nesta semana, em Pirenópolis (GO) – o cronograma da mudança da vacina contra a febre aftosa e maiores detalhes da retirada gradual da vacinação no país. O Mapa trabalha com a possibilidade de iniciar a retirada da vacina a partir de novembro de 2018.

Diante dessa perspectiva e da dimensão do rebanho bovino mato-grossense, de 30 milhões de cabeças, o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) e a cadeia produtiva convidaram Bernard Vallat, que já ocupou o cargo de diretor geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e ainda continua atuante como consultor, para poder trazer conhecimentos quanto a retirada da vacinação e outros temas como sistema de compartimentação na suinocultura, sistema de inspeção de produtos de origem animal.

O presidente do Indea, Guilherme Nolasco, destacou a significativa presença de Vallat no Estado. “As contribuições são de extrema importância para discutirmos ações de importância econômica, com toda a sua experiência e uma visão mundial em defesa sanitária. Acredito que defesa sanitária se faz entre governo e setor produtivo, é o que nosso Estado tem feito. Mato grosso tem se esforçado para evoluir nas questões sanitárias, a cadeia produtiva tem investido em ações de defesa, a exemplo do Fesa que em 2016, aportou o recurso de 500 mil euros para o Fundo Mundial da OIE, destinado a ações de saúde e bem-estar animal”.

Vallat ficou impressionado com as dimensões de Mato Grosso e com a organização dos produtores e governo. Disse ainda, que o Brasil sempre foi muito atuante, exercendo um papel significativo no combate à febre aftosa, peste suína clássica. Um país comprometido com a defesa sanitária, com ações que refletiram o seu desenvolvimento nas Américas e no cenário mundial.

“São temas muito relevantes, interessantes, durante a minha carreira pude acompanhar o desenvolvimento do Brasil, e considero como um exemplo, um país que sempre respeitava o diálogo internacional. Me impressionou essa energia do Brasil. Agora é momento de o governo definir a sua estratégia, a ordem cronológica para as ações de retirada da vacinação, preparar-se. É preciso pensar em estratégias de atuação, desde o produtor até o serviço oficial”

Para o secretário adjunto de Agricultura da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec-MT), Alexandre Possebon, ações como essa são essenciais pensando em um estado de vocação agropecuária, como é o caso de Mato Grosso. “Quando falamos em defesa sanitária falamos de economia. Sanidade, é isso que vai garantir a abertura de mercados. É muito importante quando envolvemos todos os agentes da produção, todos imbuídos de que a sanidade é a base para o fortalecimento da nossa economia”.

Os representantes das entidades presentes no encontro puderam falar um pouco sobre as ações e competências. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apresentou os dados da agropecuária no estado e projeções da produção, que destacam grande potencial de expansão.

O encontro aconteceu na última sexta-feira (31), em Cuiabá. Participaram representantes do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Fundo Emergencial de Saúde Animal (Fesa-MT), Superintendência Federal de Agricultura no Estado de Mato Grosso (SFA), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato).

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