A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado vai realizar uma audiência pública buscando soluções para viabilizar a hidrovia dos rios Paraguai/Paraná. A audiência, cuja data ainda será definida, ocorrerá por sugestão do presidente Fernando Collor (PTC-AL) e será realizada em conjunto com o grupo parlamentar Brasil-Argentina.
Estão sendo convidados para a audiência o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Adalberto Tokarski, além de representantes do Ministério do Meio Ambiente, da Câmara de Infraestrutura do Agronegócio e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Collor menciona no requerimento aprovado que o grupo parlamentar Brasil-Argentina definiu recentemente seu plano de trabalho, em que surgiu como uma das prioridades a superação dos entraves na hidrovia Paraguai/Paraná.
Ele lembra que a hidrovia entre Cáceres e Nueva Palmira, no Uruguai, possui um “enorme potencial” no escoamento de commodities e minérios. Ela percorre 3.442 km em cinco países (Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai), margeada por um contingente populacional estimado em 25 milhões de habitantes.
O presidente da CRE menciona ainda que o grupo parlamentar Brasil-Argentina comprometeu-se com autoridades de ambos os países a analisar o trecho brasileiro da hidrovia, que é dividido em Tramo Norte (de Cáceres a Corumbá-MS, com 680 km) e Tramo Sul (de Corumbá-MS à foz do Rio Apa, com 590 km).
O objetivo é apresentar um documento oficial com sugestões de políticas públicas nas áreas de governança, regulamentar, jurídica, econômica e de infraestrutura na superação dos gargalos buscando viabilizar a hidrovia.
“O transporte hidroviário é o modo mais econômico no deslocamento de grandes volumes a grandes distâncias. A hidrovia em questão é usada no transporte de 7 milhões de toneladas anuais, mas por diversos fatores deixou de ser relevante para commodities como a soja, que é exportada para mais de 70 países. E por falta de racionalidade a hidrovia também não é utilizada para importação. Assim, empurradores e barcaças voltam vazios”, apontou o senador no requerimento, lembrando que os produtores acabam se rendendo ao “custoso modal terrestre”.