Dois novos projetos de investimentos serão implantados em Mato Grosso, um da Votorantim, que é uma nova planta de produção de calcário agrícola e outro de interesse do Grupo Dona Hilda, para a construção de um moinho de trigo. As iniciativas foram tratadas com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec-MT), na última semana.
“A Votorantim apresentou projeto para instalação de calcário agrícola de alta performance, com investimentos de até R$ 34 milhões para, a partir de 2018, fornecer quantidade razoável para a agricultura de Mato Grosso e outros estados, principalmente Pará. Do Grupo Hilda, os investimentos para a construção da indústria serão de R$ 18 milhões que, segundo o planejamento, terá capacidade para produção de 180 toneladas por dia de farinha, que corresponde a 220 toneladas de trigo ao dia”, explicou o titular da Sedec, Ricardo Tomczyk.
A indústria de calcário agrícola da empresa deriva da planta de cimento de Nobres, uma vez que farão aproveitamento de matéria-prima que seria descartada. “É material descartado, que não vira cimento, vira calcário agrícola, um calcário de alta qualidade. A pretensão, com essa iniciativa, é de avançarmos muito firme no mercado local e interestadual”, revelou o gerente geral, Laércio Solla.
Durante a agenda técnica, ele destacou que o mercado nacional de calcário agrícola é dividido por regiões e cada uma tem diferentes características de atividade agrícola. Líder no mercado nacional e ocupando a 7ª posição em Mato Grosso, a empresa quer se tornar a primeira no ranking até 2025. Será a única companhia de calcário agrícola do país. “O Brasil precisará de muito calcário agrícola para produzir muito mais do que já produz, sem precisar de novas áreas. Dá para aumentar muito a produtividade nas áreas abertas”, frisou Láercio.
A previsão é de começar operacionalizar já em 2018 com a produção de calcário agrícola, no município de Nobres.
O Grupo Dona Hilda, sediado em Mariópolis (PR), conta com um Centro de Distribuição em Mato Grosso, localizado em Várzea Grande. Com o crescimento dos negócios, nasceu a ideia de fazer uma nova planta, um novo diagrama com o objetivo de ampliar o número de clientes.
A princípio, a ideia não era de se instalar em Mato Grosso, mas no Sudoeste do Paraná ou no Paraguai, onde tinha uma proposta. Mas, trabalhando com o Centro de Distribuição em Mato Grosso, os rumos da iniciativa mudaram. “Tivemos o apoio do seu Hortêncio Paro, que é um ideologista da agricultura em Mato Grosso. Ele agregou esse relacionamento com o Governo, por meio da Sedec, para que a gente viabilizasse a implantação da indústria na cidade de Primavera do Leste”, explicou o diretor executivo, Elias Féder Junior. Hortêncio Paro é coordenador da Câmara Técnica do Trigo no Estado e pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer).
A construção está prevista para ser executada em um ano e meio e a operacionalização utilizará o trigo cultivado em Mato Grosso. O processo de licenciamento ambiental é tranquilo, uma vez que não há sobras de matéria-prima, tudo é aproveitado, inclusive o farelo que é usado para fabricação de ração animal.
“Tivemos uma reunião extremamente positiva com o secretário Ricardo Tomczyk e o pontapé inicial para o projeto acho que foi dado nesta reunião. Mato Grosso tem muito potencial a ser explorado e a realidade para expansão do empreendimento ganha novas perspectivas”, afirmou Elias Féder.
A escolha de Primavera do Leste ocorreu por se tratar de um município com maior área irrigada do estado. “Nós queremos também dar um incentivo para a irrigação, para viabilizar esses 100 mil hectares de área irrigada que a gente tem no estado”, pontuou Hortêncio.
O moinho do grupo fabrica farinhas tipificadas para pão francês, macarrão, biscoito, pizza, bolo, entre outros.