Está sob controle em Mato Grosso o Amaranthus palmeri, espécie de caruru que teve identificação confirmada no Estado em junho de 2015, ano em que foi registrado o 1º relato oficial de ocorrência, divulgado por meio de circular técnica do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA/MT), ligado à Associação Mato-Grossense de Algodão (Ampa).
O Amaranthus palmeri é considerada uma praga exótica para o Brasil e sua contenção foi possível graças às medidas adotas pelo Grupo de Trabalho (GT) estadual para erradicação da praga, formado por representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), Centro Universitário de Várzea Grande (Univag), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agrossilvipastoril.
“A Amaranthus palmeri ou caruru-palmeri foi identificada em um projeto de extensão entre o Univag, IMA e a UFMT”, contextualiza o professor do Univag, Anderson Cavenaghi. “Tínhamos um projeto que monitorava áreas com plantas daninhas com problema de controle. A Embrapa se somou logo depois. Hoje, entendemos que boa parte da contenção desta planta se deve a um tripé: a pesquisa, a fiscalização dos órgãos estaduais e agricultores, que acataram as recomendações e não deixaram que ela se espalhasse”.
No fim de abril, o GT se reuniu em Cuiabá para definir as próximas metas. “Já conseguimos a contenção da praga Amaranthus palmeri, porém, nossa meta é a erradicação”, afirma o coordenador de Defesa Sanitária Vegetal do Indea, Thiago Augusto Tunes. “Sabemos que a redução da população da planta daninha, desde quando foi detectada até hoje é de cerca de 60%”.
Além disso, em locais onde foram encontradas plantas de forma isolada, a praga não disseminou. Além da manutenção da fiscalização, outra meta do GT é a criação de uma instrução normativa nacional. Auditor fiscal federal agropecuário do Mapa e que acompanha o Programa de Erradicação do Amaranthus palmeri, Omar Silveira, observa que atualmente o programa de erradicação é de Mato Grosso e não há nenhuma norma federal para controle dessa praga. “Nossa preocupação é que, caso surja a praga em algum outro estado, se torne inviável o seu controle. A minuta da normativa já está pronta e será encaminhada ao Departamento de Sanidade Vegetal do Mapa”.
Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), a instrução normativa é mais um passo importante para a erradicação completa da praga. “Nós acompanhamos desde o início as discussões e medidas que foram tomadas para conter a praga e elas foram fundamentais para os resultados”, avalia a coordenadora da Comissão de Defesa Agrícola da Aprosoja, Roseli Giachini.