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Exportações mato-grossenses batem recorde; importações recuam

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Mato Grosso embarcou 3,358 milhões de toneladas em produtos ao mercado externo em janeiro, o maior volume para este mês de toda a série histórica. Apesar do recorde em quantidade, em valor negociado foi o 2º maior da série, alcançando US$ 890,277 milhões. Na comparação com o 1º mês de 2017, quando foram exportados 2,011 milhões (t), o crescimento é de 66,9%. Já em valor monetário, o avanço é de 26,4%, sobre os US$ 705,236 milhões registrados no ano passado.

A maior cifra registrada pelo Estado foi em 2013, quando o dólar comercial variou entre R$ 1,99 e R$ 2,04. Naquele ano, as exportações atingiram US$ 1,016 bilhão em janeiro, conforme balanço divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) nesta segunda-feira. “Em 2013 a economia estava em franco desenvolvimento e havia uma tendência de aquecimento em todos os setores. O Brasil vinha em processo de crescimento até a crise iniciada a partir de 2014. Este ano estamos apenas começando a sair desta crise”, avalia o economista Marcos Tertuliano de França. “Alguns fatores influenciam esse aumento, como a valorização do preço e a necessidade desses produtos a nível mundial”, completa o especialista.

A exportação cresceu estimulada pelo aquecimento na demanda mundial, com o avanço da economia segundo o diretor de Estatísticas e Apoio às Exportações do Mdic, Herlon Brandão. “O PIB mundial cresceu mais de 3% em 2017 e espera-se que ocorra crescimento nesta ordem em 2018”, ressaltou ao divulgar os dados nacionais.

Com a demanda internacional mais aquecida, houve espaço para envio dos produtos de Mato Grosso, que ainda conta com estoques abastecidos pelo excedente da safra 2016/2017, como explica o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca. “A superprodução de soja e milho da safra passada provocou esse aumento significativo, que resultou no maior volume de exportações, com o envio de 18 milhões de toneladas em 2017, registrando recorde”, pontua Latorraca.

Os envios de soja (em grão) e milho somaram, ao longo de 2017, 18 milhões de toneladas cada, segundo o Imea. Impulsionado pela demanda e estoques em alta, o milho representou 44,85% das exportações mato-grossenses em janeiro, somando US$ 399,283 milhões. “Ainda temos o excedente da safra passada em estoque para ser exportado e no ano anterior o cenário foi oposto, porque tivemos quebra de safra e perdemos cerca de 7 milhões de toneladas de milho”, relembra. De soja foram embarcados pelo menos US$ 236,432 milhões em janeiro.

As importações encerraram o 1º mês do ano com queda de 30,60% perante o mesmo período de 2017. Foram comprados US$ 69,915 milhões em produtos do mercado externo, enquanto no ano anterior esse volume chegou a US$ 100,746 milhões. Com a retração na compra, a balança comercial de janeiro atingiu saldo de US$ 820,361 milhões, segundo os dados do Mdic. Este ano foram importadas 195,939 mil toneladas em produtos.

Em janeiro de 2017, o Estado havia importado mais que o dobro em volume, atingindo 435,155 mil (t). Para o economista Marcos Tertuliano de França, o resultado pode ter uma relação com a desvalorização do câmbio e com a redução na demanda no período. “Alguns insumos agrícolas são provenientes de importação e fabricar esses insumos ficou mais caro, consequentemente, produzir também acabou se tornando mais caro”, destaca.

Entre os produtos comprados do mercado externo estão itens utilizados para insumos agrícolas e defensivos, como ureia e outros compostos químicos, e gás natural, por exemplo. Os principais fornecedores de produtos importados ao Estado em janeiro foram representados pela Europa Oriental e pela Associação Latino Americana de Integração (Aladi), formada por 11 países. Belarus é o país de onde Mato Grosso mais importou, com a soma de US$ 10,872 milhões (15,5% do total), seguido pela China, onde as compras somaram US$ 10,259 milhões (14,6%).

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