O mês de agosto marcou o início da produção leiteira no experimento de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) voltado para essa atividade na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop . Dezoito vacas girolando pariram e já começaram a ser ordenhadas. Outras 20 novilhas deverão parir até o fim de setembro.
Com a produção de leite, uma nova etapa na pesquisa será iniciada, que é a avaliação da influência do sistema produtivo na lactação. A partir das primeiras chuvas, as vacas girolandas, com grau de sangue entre ¾ e 7/8 serão divididas em três lotes. Um deles ficará em pastagem sem arborização, onde a produção de pastagem é priorizada. Outro ficará no sistema de maior equilíbrio, com linhas de árvores a cada 50 metros, possibilitando a chegada de luz ao capim e o acesso dos animais à sombra. Já o terceiro grupo ficará em pastagem totalmente sombreada, com renques triplos de árvores a cada 12 metros. Nesse último sistema, o conforto térmico é maior, porém o crescimento do capim é prejudicado.
A área de pastagem do experimento é parte de uma rotação, em que dois anos recebe o capim e outros dois anos é usada na agricultura, com cultivo de milho para silagem ou grão e feijão-caupi. A arborização é feita com eucalipto e algumas mudas de castanheira-do-brasil.
De acordo com a pesquisadora Roberta Carnevalli, o objetivo principal será o de avaliar o efeito da sombra na produção leiteira. Entretanto, outros aspectos também serão pesquisados, como a qualidade do leite, sanidade do rebanho e o comportamento animal.
Ao mesmo tempo, os bezerros estão sendo direcionados para piquetes sombreados com árvores frutíferas como cajueiro, aceroleira e goiabeira. A ideia é que além de propiciar sombra para os jovens animais, esse sistema seja uma alternativa de renda para pequenos produtores.
A área experimental com a ILPF em pecuária leiteira simula o funcionamento de uma fazenda. São quatro piquetes de 20 hectares cada um, em que sempre dois deles terão lavoura e dois pecuária. A rotação anual ocorre de forma a renovar as pastagens a cada dois anos.
A agricultura feita no sistema é usada para a alimentação dos animais, em forma de grão para rações e de silagem.
Além de pesquisar o efeito do sistema na pecuária leiteira, o comportamento animal e a dinâmica de doenças no rebanho, a base experimental é utilizada em avaliações referentes à química, física e biologia do solo, microclima, emissão de gases de efeito estufa, desenvolvimento do componente florestal, viabilidade econômica, entre outros.
As informações foram divulgadas pela assessoria da Embrapa Agrossilvipastoril.