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Um sistema de produção de leite de alta eficiência tendo o sorgo como um dos principais volumosos. Essa é a receita do produtor rural e presidente da Cooperativa Regional de Produtores Rurais de Sete Lagoas (Coopersete) Marcelo Candiotto. Em dia de campo realizado em sua propriedade no município mineiro de Funilândia, no último dia 6, dados de produção e produtividade de uma parcela plantada com o sorgo forrageiro BRS 658, desenvolvido pela Embrapa, foram apresentados.
Um talhão de 2,7 hectares apresentou custo de produção de R$ 65 por tonelada, sendo que a produtividade de silagem chegou a 37 toneladas por hectare. “Trabalho há muito tempo com o plantio do sorgo. Estamos numa região em que chove pouco e esse cereal convive bem com essa situação. A cultivar BRS 658 apresenta produtividade muito boa e um custo de produção bastante razoável. Das três mil toneladas de volumosos que produzo anualmente, o sorgo responde por mais de 80%. O sorgo, para mim, é uma grande descoberta”, revela Candiotto.
O produtor de leite José Murilo Machado, da região de Presidente Juscelino, município localizado mais ao Norte de Minas, próximo a Curvelo, também aposta no potencial do cereal. “Plantei 20 hectares da mesma cultivar e tive uma produtividade bastante expressiva, por ser uma região muito pobre. Choveu pouco, enfrentamos um veranico castigante, mas mesmo assim consegui colher 35 toneladas por hectare. Para a gente, essa produtividade pode ser considerada como excelente”, completa.
O híbrido forrageiro BRS 658 foi desenvolvido por uma equipe liderada pelo pesquisador José Avelino Santos Rodrigues, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG). O que se buscou durante as etapas de melhoramento genético da cultivar foram sete características: alta produtividade de massa; alta proporção de grão; bom padrão de fermentação; boa digestibilidade; resistência a doenças; eficiência nutricional; e resistência ao acamamento. “O BRS 658 veio para o segmento de produção de silagem de qualidade, apresenta alta produtividade e resistência às principais doenças da cultura”, relata.
Segundo Dimas Cardoso, supervisor da área de desenvolvimento de produtos para silagem da empresa Riber KWS, licenciada para venda da cultivar, outros diferenciais observados no BRS 658 foram a sanidade foliar, que impacta em maior produtividade e em uma silagem de melhor qualidade, e a cor e o tipo do grão: mais claro que os materiais já disponíveis no mercado e de maior tamanho. “Essa última característica facilita na questão do plantio, no momento de regular a semeadora, além de os animais apresentarem menos perda de amido nas fezes”, destaca.
Fonte: Só Notícias/Agronotícias (foto: Marina Torres/Embrapa/arquivo)