A quarta-feira está sendo marcada pela desvalorização do dólar, mais uma vez, e o reflexo está sendo sentido diretamente sobre a formação dos preços da soja no Brasil. No início da tarde de hoje, por volta de 13h25 (horário de Brasília), a moeda americana cedia 1% e era negociada a R$ 3,06. Além das informações vindas do cenário internacional, a cena política mais calma no Brasil também favorece essa movimentação do câmbio. Além disso, a atuação do Banco Central continua e também contribui.
“A expectativa de avanço em reformas estruturais, principalmente a da Previdência,… dava suporte para o otimismo”, resumiu a Advanced Corretora em relatório a clientes e segundo noticiou a agência Reuters.
E mesmo com bons patamares registrados na Bolsa de Chicago – e melhores, inclusive, que os do ano passado – os preços no mercado nacional estão sendo limitados pelo dólar e a comercialização, portanto, também. No porto de Rio Grande, as referências perdiam, mais uma vez, mais de 1%, afastando de vez os vendedores brasileiros. No disponível, queda de 1,88% para R$ 73,00 por saca e, no mercado futuro, a baixa de 1,16% levava a cotação a R$ 76,50.
“Isso é o que vem prejudicando o produtor brasileiro este ano”, afirma o diretor da INTL FCStone, Glauco Monte. “E o ritmo de vendas do produtor está totalmente ligada aos preços, e no momento que, em reais, caíram, os produtores se retraíram, esperando uma melhora efetiva nas vendas, apesar de Chicago ter ajudado”, explica.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, as últimas baixas puxaram, ligeiramente, o mercado para cima, com algumas compras de posições por parte dos investidores. Os movimentos, entretanto, seguem limitados e tímidos. Por volta de 13h30, horário de Brasília, as posições mais negociadas operavam do lado positivo da tabela, com ganhos de 4,50 a 5 pontos e o maio/17 de volta à casa dos US$ 10,60.
Os fundos, ainda muito comprados na oleaginosa, seguem defendendo suas posições. Na última semana, inclusive, aumentaram suas apostas positivas entre as commodities agrícolas, incluindo as do complexo soja. Na linha paralela, os fundamentos atuais já são conhecidos, estão precificados e se mostram insuficientes para tirar as cotações do intervalo atual.
“Apesar de problemas climáticos em regiões localizadas do estado do Mato Grosso e na provincia de Buenos Aires, ainda sim o cenário meteorológico da América do Sul se mostra bastante favoravel para a resolução da safra”, informa o relatório diário da AgResource Company. “A AgResource Brasil continua ressaltando que os sul-americanos colherão acima das 165 MTs de soja”, completa o boletim.
Em Mato Grosso, as chuvas continuam e os trabalhos de campo estão parados por lá em diversas regiões, com prejuízos já sendo contabilizados.
Fonte: Notícias Agrícolas