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Dólar e Chicago derrubam preços da soja no Brasil

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Os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o dia com baixas de mais de 4 pontos entre os principais vencimentos. O mercado chegou a testar algumas baixas mais expressivas, porém, as perdas foram amenizadas ao longo dia. Assim, o contrato julho/17, que é o mais negociado agora, fechou com US$ 9,66 por bushel.

Com essa nova queda, os preços formados no Brasil também caíram, tanto no interior do país, quanto nos portos. O recuo do dólar contribui para as perdas internas. A moeda americana cedeu quase 1% nesta quinta e fechou a sessão com R$ 3,144. Esse foi o menor preço de fechamento, como informa a Reuters, desde 24 de abril, quando a divisa foi a R$ 3,1267.

As baixas entre algumas das principais praças de comercialização, as perdas chegaram a bater até 2,33%, como foi o caso de Assis, em São Paulo, que ficou com R$ 63 por saca. Nas praças do Paraná, algumas ainda se aproximam dos R$ 66, como Ponta Grossa e Castro. Em Mato Grosso, valores que vão de R$ 54 a R$ 58 por saca.

No terminal de Paranaguá, estabilidade tanto no disponível quanto no futuro, e referências em R$ 69 e R$ 70, respectivamente. Já em Rio Grande, R$ 68,50 e queda de 2,14% e R$ 72 para junho do ano que vem, com uma perda registrada de 0,69%.

Apesar dos negócios caminhando ainda em ritmo lento, se desenvolvem ligeiramente melhor do que o observado há algumas semanas, quando os patamares eram ainda mais baixos. Para o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, “nos próximos dias deveremos voltar a ver novos negócios para a exportação, a qual segue embarcando em ritmo acelerado e com recorde histórico”.

Além disso, segundo o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, a demanda volta a olhar mais atentamente para a oferta da América do Sul, com o total comprometido pelos EUA – de mais de 57 milhões de toneladas – já muito elevado.

“O Brasil, especialmente, e a Argentina podem vir a baixar seus preços e oferecer mais competitividade frente à soja americana. Estamos falando da possibilidade de menos demanda (pela soja dos EUA) nas próximas semanas”, explica Scoville.

Bolsa de Chicago

E este foi, ainda segundo o executivo, um dos fatores de pressão sobre os preços em Chicago nesta quinta-feira: uma demanda menos intensa pela soja americana daqui em diante. Além disso, as previsões indicando condições melhores de clima para o final de maio acabam também por pesar sobre o andamento das cotações.

No entanto, as previsões mais curtas seguem mostrando a chegada de chuvas ainda fortes nos próximos dias trazem algum suporte aos preços. “As projeções climáticas continuam em acordo com chuvas chegando ao Cinturão Agrícola nesta semana. O ritmo de plantio, que já se mostra atrasado, pode continuar caso as precipitações não dêem o intervalo adequado para a drenagem do solo”, explica a consultoria internacional AgResource Brasil em seu reporte diário.

Os novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) parecem ter sido rapidamente absorvidos pelo mercado, uma vez que trouxeram poucas mudanças na safra velha e projeções para a safra nova em linha com as expectativas dos traders.

E as informações chegam ainda em um momento em que o principal foco do mercado internacional não só da soja, mas dos grãos de uma forma geral, é o clima no Corn Belt. “Os traders deverão fazer os ajustes mais atentos ainda às condições de muita chuva e frio neste momento nos EUA”, acredita Paul Georgy, analista de mercado da Allendale.

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