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Crescimento populacional, urbanização e clima são ameaças sanitárias no campo, diz Embrapa

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O crescimento da população e o aumento da urbanização estão relacionados ao surgimento de doenças emergentes e re-emergentes no meio rural. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em torno de 75% dessas doenças são zoonoses, ou seja, elas podem ser transmitidas do homem para o animal e vice-versa.

Também são apontadas como fatores de riscos as frequentes mudanças do clima, as alterações nas práticas de manejo em criações de animais, a aquisição de fatores de virulência e a adaptação dos patógenos a outras espécies, conforme destaca a chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, a pesquisadora e médica veterinária Janice Zanella.

Todo esse cenário serve de alerta em torno de pesquisas e ações de defesa sanitária no Brasil e no mundo. Daí a necessidade de investir, estrategicamente, em estudos científicos na área de saúde animal e selar parcerias com foco na chamada “Saúde Única” (One Health, em inglês).

Janice ressalta que existem formas de prevenção do surgimento de epidemias e pandemias, desde que haja “uma excelente vigilância sanitária que acompanhe os rebanhos e áreas de risco”. Além da investigação, ela comenta que é fundamental ter um treinamento de resposta a surtos e uma rede de laboratórios para identificar e diagnosticar o agente envolvido.

Segundo a Embrapa, apesar do elevado padrão tecnológico implantado pelos produtores rurais do Brasil, em comparação aos agricultores de outras nações, somente na última década o país sofreu perdas econômicas consideráveis no campo, por causa do ataque de, pelo menos, 35 novas pragas.

Ainda conforme a estatal, além disso, aproximadamente 500 espécies de pragas quarentenárias ainda apresentam potencial para provocar prejuízos significativos às lavouras e outras 150, ausentes em território nacional, já estão em países da América do Sul, próximos das fronteiras brasileiras.

Para a gerente-geral da Embrapa Informação Tecnológica (DF), Selma Lúcia Lira Beltrão, os prejuízos econômicos e ambientais causados por doenças e pragas no meio rural têm apresentado números muito preocupantes, daí a necessidade de implantar medidas de controles mais eficazes. “Por isso, pesquisas científicas, políticas públicas, tecnologias e ações de vigilância sanitária precisam estar juntas no combate a essas ameaças sanitárias no campo”, defende Selma.

Estratégias

Conforme a chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, é importante formular estratégias para estudar os fatores de riscos das doenças e estar preparado para sua contenção e controle. “Estudos de epidemiologia molecular também são estratégicos. É indicado levantar se determinados vírus ou bactérias em determinadas populações estão crescendo e mudando, ou se estão se tornando resistentes aos produtos antimicrobianos; se as vacinas estão ou não funcionando; ou ainda se existe uma amostra nova que esteja circulando naquela região”, diz Janice Zanella.

Baseando-se na própria experiência profissional, ela garante que a pesquisa, associada a parcerias, é capaz de gerar conhecimento e ferramentas. “É a solução de problemas sanitários para as cadeias de produção animal do Brasil. E nós temos as ferramentas, o conhecimento e os parceiros. Que essas forças se unam para poder estudar uma estratégia e evitar que o Brasil seja berço de uma doença emergente, o que pode prejudicar nossa economia e saúde”, diz.

Fonte: Só Notícias/Agronotícias

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