O número de contratos de concessão de crédito para implementação de tecnologias de redução dos gases do efeito estufa e de melhoria da resiliência, por meio do Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), cresceu 1.318% no bimestre julho-agosto, em comparação a igual período de 2016. Nesse mesmo período, os valores negociados pelos bancos que operaram com o financiamento agrícola subiram 224,9%.
Em julho-agosto foram firmados 227 contratos, ante 16 de igual período de 2016. Essas operações totalizaram R$ 146, 5 milhões nesses dois meses, contra R$ 45 milhões do mesmo bimestre do ano passado. A área passou de 3.836 hectares em julho-agosto de 2016 para 56.093 no mesmo período de 2017.
Coordenador do Plano ABC no Mapa, Elvison Ramos diz que o incremento no número de contratos e nos valores envolvidos decorre da redução de juros do Plano Agrícola e Pecuária 2017/18. A leve melhoria na economia brasileira a partir de julho, assinala, também contribuiu para a elevação. “Houve uma expansão surpreende e muito acima das expectativas.”
Entre as unidades da Federação, São Paulo teve o melhor desempenho em julho-agosto, com crescimento de 5.500% em números de contratos e mais de 500 mil vezes em expansão da área. Tocantins lidera em valores, com aumento de 43.500%.
A evolução por regiões foi equilibrada no bimestre passado em relação ao mesmo período de 2016, informa Elvison Ramos. Segundo ele, o Sudeste teve maior aumento no número de contratos. Já o Centro-Oeste lidera em valor contratado e o Sul, em área financiada.
O Norte e o Nordeste também tiveram bons resultados na tomada de crédito para as linhas do ABC em julho-agosto. O Norte responde por mais de 22% dos contratos (2ª região), quase 30% do valor contratado (1ª região) e acima de 32% em área financiada (1ª região). O Nordeste é a segunda região em valor contratado (quase 24%) e em área financiada (em torno de 23%). “Tocantins e Bahia foram os estados que mais contribuíram para o desempenho das duas regiões no crédito do Plano ABC”, assinala o coordenador.
Entre as quatro principais tecnologias de agricultura de baixa emissão de carbono, a de florestas plantadas (FP) foi a que teve maior crescimento em todos os quesitos. O valor contratado via FP aumentou 2.600%; o número de contratos, 8.200% e mais de 11.000%, a área.
A recuperação de pastagens degradadas (RPD) teve crescimento de 1.700% no número de contratos, de quase 1000% no valor contratado e de cerca de 1.500% na área financiada. Já o crédito rural para integração lavoura-pecuária-floresta registrou expansão de mais de 400% na área financiada.
Elvison Ramos ressaltou ainda o incremento do financiamento, via linhas do Plano Agrícola e Pecuário, para o sistema de plantio direto (SPD) em julho-agosto. O número de contratos cresceu mais de 1.000%; o valor contratado, quase 200%; e a área financiada, acima de 1.200%.
Do ano safra 2010/11, quando foi lançado, até 2017/18, o ABC já financiou cerca de R$ 14,5 bilhões nas tecnologias de recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta, sistema plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, florestas plantadas e tratamento de dejetos animais. O número de contratos é de 30.568.
Os dados foram divulgados na última semana pela Coordenação de Agropecuária Conservacionista, Florestas Plantadas e Mudanças Climáticas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).