Uma das maiores dificuldades enfrentadas por produtores rurais de Mato Grosso diante das incertezas climáticas é a falta de contratação do seguro rural. Como o Estado possui clima estável em relação a estados como Paraná e Rio Grande do Sul, a maior parte deles não tem esta preocupação e lima o seguro da planilha de custos da safra. “O número de produtores que contrata é pequeno, devido à estabilidade climática em Mato Grosso e ao baixo índice de eventual risco ou dano à produção”, explica Endrigo Dalcin, presidente do Sindicato Rural de Nova Xavantina e ex-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja).
A principal dificuldade está nos custos para a contratação do produto. Para Dalcin, as particularidades do clima e de riscos para a contratação deveriam ser itens considerados para baixar o valor do seguro em Mato Grosso. Segundo ele, esta é uma solicitação antiga da Aprosoja ao Ministério da Agricultura, mas que ainda não chegou a uma evolução na ponta. “Deveríamos ter um seguro com valor menor para estimular a adesão ao seguro no Estado. Esse valor deveria ser diferenciado, até mesmo pelo baixo risco de perda da produção por interferências climáticas”, defende.
A culpa principal é do aumento do custo de produção das lavouras, o que faz o seguro se tornar item “ignorado” pelos produtores. Na safra 2017/2018 foram destinados R$ 550 milhões para seguro rural no país. Segundo o Mapa, de 2006 a 2015, foram atendidos cerca de 420 mil produtores rurais, o que possibilitou a proteção de mais de 52 milhões de hectares, principalmente em culturas de soja, trigo, milho, maçã e uva.
Na 1ª década do programa, as indenizações pagas em função de ocorrência de eventos climáticos adversos totalizaram R$ 3,9 bilhões, o equivalente a mais de 75 mil apólices de seguro estabilidade climática no Estado inibe produtores de contratar rural.