Produção industrial mato-grossense segue a trajetória de queda este ano. Em abril, o recuo foi de 6,2% sobre o mesmo período de 2016. No acumulado dos 4 primeiros meses de 2017, o recuo está menos acentuado, de 0,9%. Quando se analisa os dados dos últimos 12 meses (de maio de 2016 a abril de 2017), a baixa na atividade é de 4%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (9).
A retração da produção estadual está acima da média nacional, que também fechou o período com queda. Dos 14 locais pesquisados, a retração na comparação de abril de 2017 com 2016 foi de 4,5%. Já o acumulado anual a redução é de 3,6%. A queda na produção industrial de Mato Grosso foi puxada pelo setor de alimentos, que recuou 9,2% na comparação com abril de 2016. Durante o período, um dos segmentos que mais retraiu foi o de processamento de carnes.
Segundo dados do boletim da bovinocultura do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o número de abates durante o mês de abril foi de 283,3 mil cabeças. Em comparação com o mês anterior, quando foram abatidas 366,4 mil cabeças, a retração é de 22,68%.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo), Paulo Bellincanta, o recuo na produção de carnes foi reflexo das características do mercado durante o período. “Dois fatores influenciaram a questão específica da carne. Abril foi o mês de maior impacto da operação Carne Fraca, que refletiu no consumo e na produção e provocou efeitos em toda a cadeia produtiva. Além disso, houve 3 feriados durante o mês, que impactaram no volume da produção industrial”.
Ele aponta que no mês de maio o setor começou a se recuperar e que os efeitos da Carne Fraca vão se diluindo a partir de agora.