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Chuvas da próxima semana acendem sinal de alerta para a colheita da soja

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O Brasil já tem pouco mais de 14% de sua área de soja colhida, mas os produtores das principais regiões do país não tiram os olhos do céu. As chuvas continuam ocorrendo de maneira quase que generalizada, e as maiores concentrações ainda se dão na região central. E as previsões indicam, para os próximos  dias, uma intensificação dessas precipitações.

Segundo um levantamento da AgResource Company, nos próximos 5 dias, as chuvas deverão ser bastante expressivas em todo o Centro Oeste, região do Matopiba e no norte do Paraná. Já no intervalo dos próximos 6 a 10 dias, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais pode ter acumulados de até 175 mm. No Paraná, os volumes também serão bastante elevados.

Esse excesso de chuvas já tem causado, em algumas regiões, um ritmo mais lento dos trabalhos de colheita e a perda da qualidade dos grãos, que perdem peso e já se mostram avariados, com as lavouras prontas e a impossibilidade de serem colhidas. A situação mais críticas são aquelas onde há mais áreas já dessecadas.

Para o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, os produtores devem seguir atentos às previsões e estar conscientes dos prejuízos que um quadro como este pode causar. “Em um ano de tão boa produtividade, não conseguir colher o grão com qualidade é o que preocupa agora. O produtor tem é de ‘brigar’ pela classificação do seu produto”, diz.

Mato Grosso

Em Mato Grosso, há alguns dias, as chuvas deram uma trégua e permitiram algum avanço da colheita. De acordo com os últimos números do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), já há pouco mais de 30% da área colhida, contra 14,4% do mesmo período do ano passado.

Alguns municípios já começam a perder a qualidade de suas lavouras e um dos casos mais graves ainda é o de Lucas do Rio Verde. No município, segundo informações levantadas pela ferramenta Crop View, o excesso de umidade já tira parte do potencial de produtividade da soja por lá. Algumas áreas receberam até mais de 100 mm de chuvas a mais do que o necessário para algumas cultivares.

E a região segue recebendo muitas chuvas nos próximos dias, com alguma janela para a retomada dos trabalhos de colheita somente entre 11 e 13 de fevereiro, ainda assim, não da forma mais adequada possível.

Na região dos Parecis, na semana passada as chuvas foram fortes e travaram a colheita, mas já nesta permitiram uma melhora do ritmo, que foi aproveitada pelos produtores, como relata o consultor agronômico Paulo Assunção, da PA Consultoria Agronômica. “Tivemos cerca de 10 a 15% de grãos ardidos”, diz Assunção, afirmando ainda que as chuvas previstas para a próxima semana preocupam e muito.

Na região de Nova Mutum, a colheita tem evoluído também de forma melhor nestes últimos dias, com o clima trazendo algumas boas oportunidades de avanço. “Não tivemos perdas consideráveis por conta das chuvas. Quase todo dia chove, mas quando abre o tempo, dá pra colher bem”, explica o presidente do Sindicato Rural do município, Luiz Carlos Gonçalves.

A média de produtividade da região tem ficado em 55 sacas por hectare e, se o clima continuar da maneira que está, esse índice deve se manter. Caso as chuvas se intensifique, porém, esse quadro pode mudar. “O grosso da colheita na região começa agora nos próximos dias e vai até 10 de março”, diz Gonçalves.

Em Sapezal, quadro parecido. A média de rendimento das áreas já colhidas chega também a algo entre 55 e 56 sacas por hectare, resultado do avanço realizado na trégua das chuvas, como conta Cláudio José Scariote, produtor local.

Os maiores problemas por lá, porém, têm sido a armazenagem e as grandes filas de caminhões nos secadores. “O fluxo dos secadores é lento e não tem dado conta. Há alguns dias, havia de 150 a 200 caminhões nas filas para entregar essa primeira soja colhida”. A mesma situação pode ser vivida também pelo Paraná, com a chegada da colheita das lavouras mais tardias, com o fluxo de secagem também limitado.

Em Querência, a média de rendimento da soja também se mostra em 55 sacas por hectare até esse momento. As lavouras, de uma forma geral, estão em boas condições e trazendo bons resultados, segundo Osmar Frizzo, vice-presidente do Sindicato Rural local.

Em Nova Ubiratã, o quadro é o mesmo, e a produtividade média, também. “Temos conseguido colher todos os dias, tiramos um pouco de grão ardido e agora estamos de olho nas chuvas da semana que vem”, diz Albino Castilho, presidente do Sindicato Rural.

Paraná

O Paraná, neste momento, é o Estado onde a situação é a mais crítica. Segundo José Eduardo Sismeiro, presidente da Aprosoja PR, desde o último domingo (29), os trabalhos de campo estão praticamente parados, com os grãos já perdendo qualidade. E caso essas condições continuem e as chuvas da próxima semana se confirmem, a média esperada de produtividade para o estado pode ser menor. As regiões mais afetadas pelo precipitações excessivas são o Oeste e o Noroeste paranaense.

“No início, achávamos que a safra deste ano poderia ser melhor, mas nessas condições, já não temos tanta certeza”, diz Sismeiro. Assim, “a orientação para o produtor é que ele aproveite cada trégua dada pelas chuvas e tire sua soja do campo, mesmo que com um pouco mais de umidade.

Na região de Itambé, há produtores que têm trabalhado até às 22h para aproveitar os intervalos entre as chuvas, segundo relata o produtor rural Valdir Fries. Somente desta quinta para sexta-feira, as chuvas foram de 60 mm de aconteceram de forma generalizada. Com isso, as primeiras colheitas já apresentam um percentual de 3% de grãos avariados.

“Estamos com 3% agora, mas com mais 3 ou 4 dias de chuvas como estas, esse índice pode subir e, a partir de 6% já começamos a ter os descontos das tradings”, explica Fries. Ainda segundo o produtor, porém, apesar dessa qualidade ligeiramente menor, a produtividade vai bem na região, com cerca de 60 sacas por hectare. “Mas isso não tem servido de média”, completa Fries.

Mato Grosso do Sul

O Mato Grosso do Sul já tem, aproximadamente, 5% de sua área colhida e também segue alerta com a chuvas dos próximos dias. Segundo o delegado do Sindicato Rural de Chapadão do Sul, Rudimar Borgelt, alguns produtores na região têm tido dificuldade para avançar com a colheita nos últimos dias e ainda há algumas lavouras na fase de conclusão. A média esperada, de acordo com ele, é de algo entre 53 e 54 sacas por hectare.

“Isso não acontecerá salvo se as chuvas cortarem ou se intensificarem ainda mais”, diz. Borgelt explica ainda que, até o momento, não são esperadas perdas significativas, embora já falte sol suficiente para o enchimento de grãos”, conclui.

Goiás

Em Goiás, os trabalhos também já sinalizam algum atraso em função das chuvas excessivas. “Nesta quinta e sexta-feira a colheita andou bem, há algo perto de 5% da área colhida. Estava chovendo muito, mas o sol apareceu. Temos muita lavoura pronta e já poderíamos ter cerca de 10% da área colhida”, relatou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, em visita ao estado.

Segundo o produtor rural de Jataí, Mozart Carvalho, a região já tem algo entre 20% e 30% colhido e sofre com problemas pontuais em função do excesso de chuvas. As lavouras precisam de mais períodos de sol e luminosidade para serem bem concluídas. “E sobre a produtividade, ainda é cedo para estimarmos”, diz Mozart.

Fonte: Notícias Agrícolas (foto: divulgação/CNA)

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