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Capim aumenta produtividade de pastagens na Amazônia

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O capim BRS Quênia, nova variedade desenvolvida pela Embrapa em parceria com a Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto), alia alta produtividade, fácil manejo e ótima qualidade de forragem. Recomendado para cultivo em solos de média a alta fertilidade da Amazônia e Cerrado, o BRS Quênia deve ser adotado em áreas planas e bem drenadas, onde não ocorre o encharcamento do solo. As sementes estarão disponíveis no mercado em agosto deste ano.

A cultivar é um híbrido de duas variedades de Panicum maximum, de origem africana, assim como o Mombaça e Tanzânia, amplamente cultivadas no Brasil. “O BRS Quênia se mostrou tão produtivo quanto o Mombaça e possui a vantagem de ser mais fácil de manejar do que os demais capins da espécie Panicum maximum, por possuir folhas mais macias e talos menos tenros”, afirma o pesquisador da Embrapa Acre, Carlos Mauricio de Andrade.

Quando comparado ao Tanzânia, o ganho de peso foi 32% superior. Novilhas criadas pastejando o BRS Quênia engordaram 8 arrobas em um ano, contra 6 arrobas no capim Tanzânia. A produtividade de carne atingiu 28,7 arrobas por hectare em um ano. “É um capim de qualidade de forragem excepcional, indicado para categorias mais exigentes do rebanho, como vacas em lactação e animais em crescimento”, afirma Andrade.

O BRS Quênia apresenta ainda alta resistência a pragas e doenças, como a mancha das folhas (um fungo que ataca principalmente o Tanzânia) e às cigarrinhas das pastagens, inclusive a mais agressiva delas, a Mahanarva tristis. “As ninfas, um estágio primário do inseto, não conseguem se desenvolver e morrem”, afirma Andrade.

Testado no Acre, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, os estudos fazem parte do Programa de Melhoramento Genético de cultivares de Panicum maximum. “A BRS Quênia é uma combinação perfeita e por ser híbrida (resultado de cruzamento entre plantas) supera em todos os quesitos”, afirma a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), Liana Jank, que coordena as pesquisas.

Trabalhar o melhoramento de plantas é uma necessidade para o Brasil, que é o primeiro produtor e exportador mundial de carne. Possui o segundo maior rebanho bovino no mundo, com 209 milhões de cabeças (IBGE). Esse rebanho é mantido basicamente a pasto e a busca por novas forrageiras, mais adaptadas e produtivas, é uma constante. O trabalho de melhoramento genético é feito desde 1982 e a Embrapa já lançou várias cultivares como Tanzânia, Mombaça, Massai, BRS Zuri, BRS Tamani e agora BRS Quênia com cruzamento realizado em 1990.

Com o objetivo de auxiliar o pecuarista a escolher o melhor capim para sua propriedade, a Embrapa desenvolveu o aplicativo Pasto Certo. Disponível apenas para Android em sua primeira versão, o app traz indicadores variados sobre 10 cultivares de braquiária e seis de panicum.

O aplicativo avalia 107 variáveis, dentre hábito de crescimento e nível de exigência em fertilidade do solo. De acordo com o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Sanzio Carvalho Lima Barrios, a ideia é disponibilizar uma ferramenta confiável para consultas sobre forrageiras.

Pelo aplicativo, que funciona offline, é possível consultar não só dados individuais de cada cultivar como comparar qualquer variável referente a elas. “Colocando lado a lado a BRS Piatã, a BRS Paiaguás e a BRS Ipyporã, por exemplo, o pecuarista consegue saber qual delas proporciona maior ganho de peso diário por animal na época das águas. O aplicativo pode ser útil ainda para pesquisar a taxa de semeadura de determinada cultivar ou saber qual a média de plantas que se estabelecem por metro quadrado”, exemplifica o pesquisador.

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