Em Paris, neste domingo, o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, em discurso na abertura da 86ª Sessão da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), disse que o reconhecimento do Brasil como país livre da aftosa com vacinação é “a vitória de uma longa e dura trajetória de muita dedicação de pecuaristas e do setor veterinário oficial brasileiro”.
“Motivo de muito orgulho dos brasileiros que lutaram e lutam para o bem do Brasil”, disse ainda o Ministro. “Parafraseando o pensador Jean Cocteau: “Não sabendo que era impossível, nós brasileiros fomos lá e fizemos”.
Maggi analisou a importância do setor agropecuário na economia brasileira, influindo positivamente na balança comercial, na geração de emprego e renda, e contribuindo para o controle da inflação e melhoria das condições de vida da população.
O ministro citou dados de 2017 em que somente a pecuária representou um Valor Bruto da Produção (VBP) de 175,7 bilhões de reais. No mesmo período, apenas o complexo carnes teve um crescimento nas exportações da ordem de 8,9%, atingindo um volume de 15,5 bilhões de dólares.
“E ainda temos potencial para crescermos muito mais no mercado internacional, pois exportamos somente uma pequena parte da nossa produção de bovinos e suínos. Esse crescimento das exportações brasileiras se deve, além da inquestionável qualidade e competitividade dos nossos produtos, sobretudo à melhoria da condição sanitária do rebanho nacional.”
O ministro falou sobre a próxima etapa: o Brasil atingir o status de País livre de aftosa sem vacinação. Santa Catarina é o único estado reconhecido desde 2007 como livre de aftosa sem vacinação.
“Nosso novo grande desafio será enfrentar a etapa final do processo de erradicação da doença em nosso país e na América do Sul, ampliar nossas zonas livres sem vacinação, e, em especial no Brasil, alcançar a condição de País Livre de Aftosa Sem Vacinação. Assim, esperamos seguir contribuindo com a Erradicação da Febre Aftosa no mundo e oferecendo aos mercados produtos cada vez melhores e saudáveis e contribuir para a segurança alimentar mundial.
Maggi alertou que ainda há trabalho a realizar e investimentos a fazer. “Para isso, temos plena consciência da necessidade de fortalecermos ainda mais nossas capacidades de prevenção, vigilância e de resposta a possíveis emergências que possam ocorrer. Serão necessários muito mais investimentos no serviço veterinário brasileiro. E contamos ainda mais com a imprescindível parceria dos produtores rurais, profissionais e outros atores do setor privado. Tenho certeza que conseguiremos. Seguiremos pelo caminho da ciência, da transparência e confiança nas valiosas orientações, diretrizes e normas da OIE”.