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Avicultores em Mato Grosso temem nova crise com operação da Polícia Federal

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A Operação Trapaça, deflagrada pela Polícia Federal nesta segunda-feira, combate fraudes contra o sistema de vigilância sanitária na análise de aves e tem como alvo a BRF, gigante do setor frigorífico e dona das marcas Sadia e Perdigão. que detém 3 plantas ativas em Mato Grosso. Apesar de os frigoríficos do Estado não serem alvo da operação, o setor produtivo teme seus reflexos, como a queda no preço do produto.

A Trapaça compreende a 3ª fase da Operação Carne Fraca e investiga fraudes praticadas por empresas e laboratórios para burlar o Serviço de Inspeção Federal e não evitar a fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Na lista de investigados está um ex-diretor de Operações da BRF nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, alvo de mandado de busca e apreensão e de prisão temporária. Foram cumpridos ordens judiciais e mandados no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo.

Lindomar Rodrigues, secretário executivo da Associação Mato-grossense de Criadores de Aves (Amave), acredita que os efeitos da operação serão nocivos aos produtores de aves, que devem sofrer com a queda de preços já nos próximos dias. “Vai cair em função das vendas, porque o consumidor passa a olhar diferente para o produto, com receio no mercado interno. E ainda temos medo de afetar as exportações”.

Para minimizar os impactos, a Amave planeja vistoria nas 5 plantas frigoríficas em operação no Estado para “tranquilizar a população”. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, acalmou a população em vídeo publicado nas redes sociais sobre a presença de salmonella nas aves. “O Ministério da Agricultura tem trabalhado junto com a Polícia Federal, com o Ministério Público Federal e posso garantir à população brasileira que não há nenhum risco no consumo de carnes de aves produzidas por qualquer uma das empresas citadas ou não. Como todos nós sabemos Salmonella desaparece quando cozida ou frita, a uma temperatura de 60ºC”.

Por meio de nota, a BRF afirmou que segue as normas e regulamentos brasileiros e internacionais referentes à produção e comercialização de seus produtos, inclusive quanto à presença de salmonella e uso do composto Premix. “Com base nos documentos disponíveis, a BRF entende que nenhuma das frentes de investigação da Polícia Federal diz respeito a algo que possa causar dano à saúde pública”. Sobre os e-mails revelados pela investigação, a empresa afirma que são de 3 anos atrás e que teor das mensagens está sendo investigado.

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