O setor de biodiesel em Mato Grosso recebeu muito bem a notícia da aprovação, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para o aumento da mistura do biodiesel de 10% para 11% no óleo diesel, a partir de 1º de setembro. O aumento de um ponto percentual impacta positivamente o setor, uma vez que pode significar um incremento anual de 120 milhões de litros na produção do combustível de origem vegetal no estado, tomando como base os seis leilões realizados em 2018, cujo volume atingiu 1,2 bilhão de litros.
O presidente do Sindicato das Indústrias do Biodiesel de Mato Grosso (SindiBio-MT), Rodrigo Prosdócimo Guerra, ressalta que a decisão da ANP é importante para o estado tanto do ponto de vista econômico, quanto do ambiental e social. “Podemos ter mais segurança nos investimentos e isso impacta positivamente toda a cadeia, gerando mais empregos e renda. Além da questão ambiental, pois cada litro de biodiesel significa um litro a menos de combustível derivado de petróleo importado, ajudando a consolidar Mato Grosso como um estado cuja economia é cada vez mais verde”, afirma.
O aumento foi aprovado após testes satisfatórios a partir de estudos feitos pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT). O despacho da ANP fixa o percentual de adição de até 15%, em volume, de biodiesel ao óleo diesel vendido ao consumidor final, devendo o percentual mínimo obedecer ao cronograma previsto na Resolução CNPE nº 16, de 2018. A previsão é aumentar um ponto percentual ao ano até alcançar 15% em 2023.
De acordo com nota divulgada pela ANP, a medida configura o desfecho de providências definidas em reunião ocorrida no fim de abril no Ministério de Minas e Energia (MME), que abrange a publicação da Resolução ANP nº 798, de 1º de agosto deste ano, elevando o valor da estabilidade oxidativa do biodiesel de 8 para 12 horas e “tornando obrigatório o uso de aditivo antioxidante na produção desse biocombustível, bem como a edição de relatório, pelo MME, dando por satisfatórios os testes e ensaios para validação da utilização de biodiesel B15 em motores e veículos a partir de resultados de estudos realizados pelo Instituto Nacional de Tecnologia”.
Atualmente, cerca de 80% do biodiesel no Brasil é produzido a partir do óleo de soja. Mato Grosso é o segundo maior produtor do país, respondendo por pelo menos 22% do volume total, que chega a 5,4 bilhões de litros. De acordo com o Sindibio-MT, no entanto, o maior número de usinas do país está aqui, uma vez que a produção não está concentrada em grandes usinas e sim distribuída entre 13 empresas de grande, médio e pequeno porte. “Trata-se de uma situação diferente do Goiás e Rio Grande do Sul, por exemplo, onde a produção do biodiesel se concentra em grandes empresas”, declara Rodrigo.
Segundo o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo de Oliveira, a exemplo de do Rio de Janeiro e Espírito Santo, que produzem petróleo, Mato Grosso produz a matéria-prima do biodiesel, o que propicia uma troca entre várias cadeias produtivas. “A economia verde, que ganha força no mundo todo, abre uma gigantesca oportunidade para nós. Ao mesmo tempo, os desafios são grandes também, mas vejo que Mato Grosso está preparado para atender essa nova demanda”.
A informação é da assessoria.