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O custo total da atual safra de soja mato-grossense é 21,85% maior que o do ciclo anterior. Para cultivar 9,396 milhões de hectares com a oleaginosa são necessários R$ 33,563 bilhões. A cifra é baseada em levantamento do custo total por hectare (R$ 3,572 mil) apurado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) para a safra 2016/2017. Na temporada passada, a área plantada de 9,311 milhões (ha) custou R$ 27,543 bilhões.
Para o milho, a majoração do custo total é de 10,89% e alcança R$ 12,019 bilhões na atual safra, considerados o custo de R$ 2,719 mil por hectare e a área a ser plantada de 4,420 milhões (ha). A safra de milho 2015/2016 custou, com base na mesma metodologia de cálculo, R$ 10,838 bilhões. Foram plantados 4,242 milhões (ha), sendo que cada hectare custou R$ 2,553 mil.
Como observa o diretor de Relações Institucionais da Famato, José Luiz Fidelis, o crédito oficial representa pequena quantia dos recursos necessários à produção. Ele lembra que na última safra houve atraso na liberação dos recursos, o que afetou a contratação do pré-custeio. “Antes os recursos eram disponibilizados em março. A antecipação permite ao produtor se programar melhor e reduzir os custos”.
Estudo do Imea mostra que o custo bilionário da safra de soja 2016/2017 é coberto por recursos do produtor, que arca com 33% do investimento. Este aporte aumentou nos últimos anos, sendo que em 2008 – início da pesquisa do Imea – a participação dos recursos próprios correspondia a 22%. Além disso, os recursos próprios investidos superam os financiamentos bancários neste ciclo. Juntos, os bancos privados e públicos garantem 29% do custeio da atual safra de soja.
Fonte: A Gazeta (foto: Gabriel Rezende/Embrapa/arquivo)