A Câmara Setorial Temática (CST) da Assembleia Legislativa criada para avaliar, discutir e propor medidas para os portos da região oeste e à efetivação da hidrovia Paraguai-Paraná esteve reunida hoje. A CST, durante os 180 dias de trabalho, está estudando as possibilidades econômicas e ambientais sobre o transporte de produtos importados e exportados ao longo da hidrovia.
Para a presidente da CST, Sinara Piran, a intenção é trazer todos os atores envolvidos com a hidrovia para o debate e com isso formatar um documento que mostra a viabilidade do transporte efetivo de cargas ao longo da hidrovia. Hoje, segundo ela, a hidrovia transporta apenas pessoas.
“É preciso levantar quais são os principais impactos na instalação de portos ou estação de transbordos ao longo do rio, os impactos que possam ser causados ao meio ambiente e como vai funcionar a logística na região. A CST precisa de dados técnicos que possam chegar a um consenso entre o custo beneficio desse empreendimento”, disse Sinara Piran.
Nas próximas reuniões, de acordo com a presidente, a CST vai abordar dados técnicos de possíveis impactos ao meio ambiente na região. “Hoje, a tecnologia já mostra que virá benefícios financeiros, sem danos ao meio ambiente. No final, a CST pretende formatar um documento que possa embasar o custo benefício ao longo da hidrovia”, disse.
O deputado Leonardo Albuquerque (PSD), autor da instalação da CST, afirmou que a discussão vem num momento oportuno e fundamental para alavancar o desenvolvimento econômico da região. Segundo o parlamentar, o transporte – Cáceres a Corumbá – é utilizado para barcos de turismo e não para escoar a produção mato-grossense.
“Hoje, o custo Brasil é muito alto. Mato Grosso é um estado de economia primaria. Mas perde parte da riqueza no momento do exportar a sua produção. O momento é fundamental para discutir transporte intermodal, e a hidrovia demonstra que o custo é menor que o transporte rodoviário”, destacou o parlamentar.
Mas para que isso seja efetivado, de acordo com Leonardo, a nova alternativa de transporte tem que ser fixada no tripé econômico, social e ambiental. “Importante a discussão, o momento é agora. Não é apenas uma hidrovia Paraguai-Paraná, mas uma hidrovia do Mercosul. Há muitos anos, na região não é transportado nenhum grão pela hidrovia”, lembrou o parlamentar.
A próxima reunião foi marcada para o dia 10 de outubro, às 9 horas, na Assembleia Legislativa. Vale lembrar que a discussão sobre o transporte hidroviário no rio Paraguai-Paraná é aberta à sociedade.