Produzir alimentos no Brasil está cada vez mais caro e tirando a competitividade do setor produtivo. Esta foi a constatação manifestada, pela diretoria da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), ao presidente Jair Bolsonaro, durante encontro nesta sexta-feira, no Palácio do Planalto. O presidente Bartolomeu Braz, disse que os custos de produção são os maiores da história, ao fazer uma apresentação sobre os principais desafios da produção. “Os produtores de soja estão com dificuldades para honrar seus compromissos. Na época em que colhíamos 40 sacas por hectare tínhamos renda. Agora produzimos mais de 60 sacas por hectare e não temos renda. Produzir alimentos está cada vez mais caro”, afirmou.
Os dirigentes e o presidente Jair Bolsonaro discutiram políticas públicas que possam tornar a agropecuária e o agronegócio brasileiro mais competitivos. A dificuldade de acesso dos produtores rurais em relação ao seguro foi outro ponto abordado pelo presidente da Aprosoja Brasi. “Coloquei para o presidente que poucas áreas são cobertas por seguro e, com isso, quando há uma condição climática, como houve este ano, ocorre um novo endividamento entre os produtores. A Aprosoja tem trabalhado muito para viabilizar a produção. O governo precisa entender que agronegócio é uma coisa, agropecuária é outra. O agronegócio sem agropecuária não existe. A agropecuária é o grande motor que impulsiona o país”, declarou.
O presidente da Aprosoja Brasil demonstrou preocupação com a ameaça de fim da Lei Kandir. “Se ela deixar de existir será inviabilizada toda a produção brasileira”, finalizou.
Em relação ao futuro do Mercosul, Bartolomeu defendeu mudanças e um olhar para o livre comércio, de tal forma que permita que haja melhores condições aos produtores rurais para a compra de insumos e equipamentos de países vizinhos. “Por que não nós não podemos comprar os mesmos produtos de outros países da mesma forma como os nossos produtos saem daqui para lá? Esse agro da porteira para fora está sacrificando o produtor rural que está endividado e buscando uma forma de sair dessa situação”, frisou Bartolomeu.
O ministro chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni e representantes de entidades do setor agropecuário também participaram.