A Aprosoja Brasil, a Aprosoja MT e o Movimento Pró-Logística apresentaram ao novo presidente da Funai, General Franklimberg Ribeiro de Freitas, uma pauta com reivindicações do setor produtivo para solucionar situações ligadas ao escoamento da safra de grãos de Mato Grosso que dependem da solução de temas que envolvem comunidades indígenas no Estado.
O encontro, realizado em Brasília, foi o primeiro entre as entidades com o novo presidente da Funai após a demissão de Antônio Fernandes Toninho Costa do comando da pasta, no início de maio. Participaram o presidente da Aprosoja Brasil e segundo vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Marcos da Rosa, o presidente da Aprosoja MT, Endrigo Dalcin, o vice-presidente da entidade, Antônio Galvan, e o coordenador do Movimento Pró Logística, Edeon Vaz.
Marcos da Rosa comentou ao presidente da Fundação sobre a prisão, nesta semana, de nove índios que cobravam pedágio na BR-070, no município de General Carneiro. No fim de maio a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) protocolizou ofício a diversos órgãos estaduais e federais, incluindo a Funai, pedindo providências contra os abusos cometidos na rodovia.
Na ocasião, o grupo pediu celeridade à Funai para a análise do projeto que prevê o asfaltamento de trecho de 190 km da BR-158 em um traçado que vai contornar a terra indígena Maraiwatsede, no leste do Estado. “O tema já foi debatido no final de março durante audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa de MT no município de Bom Jesus do Araguaia e a comunidade indígena da região se manifestou favorável ao projeto”, disse Edeon Vaz.
A comitiva também levou ao presidente da Funai um pedido da Secretaria de Infraestrutura e Logística de MT (Sinfra) para que haja anuência do órgão federal para a realização do licenciamento ambiental para construção de uma ponte na rodovia MT-326 sobre o Rio das Mortes, no leste do Estado. “A travessia do trecho atualmente é feita por balsas de forma onerosa, demorada e perigosa. Recentemente uma balsa afundou enquanto transportava alguns caminhões para a outra margem do rio”, comentou Marcos da Rosa.
A rodovia está sendo pavimentada pelo governo do Estado, mas uma das margens do rio é ocupada por uma terra indígena. “Esta obra é importante porque representa mais uma opção de rodovia que ligar Mato Grosso a Goiás”, reforçou Endrigo Dalcin.
O licenciamento da BR 174, próxima a Colniza, no noroeste do Estado, também foi discutido no encontro. “Estas obras não beneficiam apenas o setor produtivo, mas os próprios índios e a comunidade que vivem na região podem usufruir de melhor infraestrutura”, frisou Antônio Galvan.
O presidente da Funai disse aos participantes que o órgão está retomando em junho a análise de projetos de licenciamento após passar por uma reestruturação que resultou no corte de servidores por parte do governo federal para contenção orçamentária. “Sabemos que estes projetos são importantes tanto para o empreendedorismo quanto para os povos indígenas. A nova diretoria vai analisar estes processos”, disse o Franklimberg.
“A gente vê um novo perfil e uma mudança na direção dos trabalhos da Funai querendo dar celeridade às obras em todo o país mas também para Mato Grosso”, avaliou Endrigo Dalcin ao final do encontro.