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Após sessão volátil, mercado da soja fecha no vermelho em Chicago

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O mercado internacional da soja fechou a sessão desta quinta-feira no vermelho. Os negócios começaram o dia com os preços atuando bem próximos da estabilidade, porém, ao longo do dia foram ampliando suas perdas na Bolsa de Chicago em mais um pregão marcado por movimentos ainda bastante técnicos. As posições mais negociadas recuaram mais de 6 pontos, levando o maio/17 a US$ 10,57 por bushel.

No Brasil, o dia também foi de falta de direção para os preços. As baixas dos futuros da commodity foram levemente amenizadas pela alta do dólar nesta quinta. A moeda americana subiu frente ao real – 0,28% – e fechou a sessão com R$ 3,1805, após bater na máxima de R$ 3,1950. As expectativas com o cenário político nacional e com o andamento do financeiro internacional estão no radar dos traders.

“Janeiro está acabando e há questões que apresentam riscos, como delações, a Lava Jato, sucessão na Câmara (dos Deputados). Isso também dificulta o investidor de apostar ainda mais na queda do dólar”, afirmou o operador da corretora H.Commcor Cléber Alessie Machado à agência de notícias Reuters.

E essa ligeira melhora permitiu que algumas praças de comercialização do Paraná registrassem alguns ganhos de 0,68% a 0,74%. A maior parte delas, porém, ainda manteve suas referências estáveis. Enquanto isso, nos portos, as cotações cederam.

Em Paranaguá, baixa de 0,65% e disponível e mercado futuro têm R$ 76,00 por saca, enquanto em Rio Grande quedas de 0,65% e 1,13% foram registradas, respectivamente, para fechamentos de R$ 77,00 e R$ 78,60 por saca, para junho.

Bolsa de Chicago

Embora a volatilidade siga acentuada e mantendo as oscilações constantes na CBOT, faltam informações novas que possam direcionar as cotações de forma mais definitiva neste momento. Nem mesmo as vendas semanais para exportação reportadas nesta quinta pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) foram suficientes, uma vez que vieram dentro das expectativas dos traders.

As vendas somaram 665,4 mil toneladas, enquanto o mercado esperava algo dentro do intervalo de 450 mil e 700 mil toneladas. A China se mantém como maior compradora da oleaginosa americana. E o volume já comprometido da commodity da atual temporada dos EUA chega a 49.840,5, contra 40.633,6 milhões do ano comercial anterior, ou seja, 89,3% do total esperado para as exportações desta temporada,  previstas em 55,79 milhões de toneladas.

Segundo a Agrinvest Commodities, do total vendido pelos EUA já há 37,4 milhões de toneladas embarcadas, sendo 74% para a China. “Dos 32,7 milhões comprometidos nos EUA, os chineses já embarcaram 27,5 milhões, com 5,13 milhões ainda em aberto. Somando o que a China tem em seu nome a embarcar nos EUA com a posição no Brasil (2 milhões de toneladas) e 50% da posição de desconhecidos nos EUA e no Brasil, a posição total em aberto do país seria de 10,3 milhões, o que representa pouco mais de 1,3 mês de esmagamento”, explicam os executivos da consultoria.

Ao lado da demanda, a oferta segue exigindo atenção, principalmente na América do Sul. O tempo na Argentina tem sido de menos chuvas – possibilitando o levantamento das perdas – porém, as novas previsões já indicam a volta das previsões a partir de 31 de janeiro e início de fevereiro e essas ainda poderiam trazer mais comprometimento às lavouras.

Enquanto isso, no Brasil, a colheita se desenvolve, mas com os produtores ainda tendo de driblar as chuvas que ou paralisam os trabalhos de campo ou deixam o ritmo mais lento. Assim, já há municípios, principalmente em Mato Grosso, reportando perdas de qualidade com as lavouras prontas sem serem colhidas. Uma das situações mais preocupantes tem sido reportada em Lucas do Rio Verde.

Ainda na América do Sul, a safra de soja do Paraguai, às vésperas da colheita e na fase de enchimento de grãos, sofre com a falta de chuvas em regiões produtoras de grande importância. Perdas de produtividade já têm sido reportadas e, segundo Marcio Giordani Mattei, produtor do município de Santa Rosa Del Monday, “o Paraguai não vai ter mais uma superssafra” como era aguardado pelas estimativas anteriores.

Paralelamente aos fundamentos, os players seguem ainda o comportamento do mercado financeiro, os primeiros passos de Donald Trump como presidente dos EUA – o que parece estar sendo bem recebido pelos investidores – e também a atuação dos fundos de investimento, os quais estão bem comprados na soja.

“A definição (do caminho dos preços) depende de vários fatores, mas principalmente do clima na América do Sul. Mas, por outro lado, os fundos estão com mais de 130 mil contratos comprados e ‘não vão largar o osso’ enquanto não tiver uma definição total. Claro que tem demanda pela frente, toda essa polêmica com a China – se vai ou não ter barreiras com os EUA”, explica o diretor da Labhoro Corretoa, Ginaldo Sousa.

“Então, depende do clima e da vontade dos fundos, porque vai chegar um momento em que eles vão ter que liquidar posições, a não ser que a coisa se complique. Eles apostam em uma clima na Argentina seco e com problemas”, completa.

Fonte: Notícias Agrícolas

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