A safra é recorde, estimada em mais de 59,85 milhões de toneladas, mas o valor da produção apresenta projeção de queda, cerca de 1,70% em relação ao contabilizado no ano passado. Mesmo apresentando a maior produção do país e de sua série histórica, perdas sobre o valor das principais culturas vão marcando a safra 2016/17 em mato Grosso. Conforme dados divulgados ontem pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o valor bruto da produção (VBP) mato-grossense deste ano deverá somar R$ 54,97 bilhões contra R$ 55,66 bilhões, contabilizados em 2016.
Mesmo mantendo o maior saldo financeiro do país, Mato Grosso diverge nos números do campo, já que a produção agrícola estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é 37,8% maior que o volume colhido na safra passada, a 2015/16. Levando em conta toda a produção agropecuária do Estado, considerando não apenas as lavouras, como também a produção pecuária (bovinos, aves e suínos) e ainda a produção de leite e de ovos, o VBP estadual para 2017 deverá encolher 1,72%, já que o saldo passaria de R$ 70,64 bilhões para a atual projeção de R$ 68,92 bilhões.
No VBP total, Mato Grosso cede o primeiro lugar para o estado de São Paulo, que apresenta pequena variação anual, indo para R$ 71,69 bilhões ante R$ 71,03 bilhões do ano passado. O Valor Bruto da Produção é a soma de tudo que se produziu nessa safra, da porteira para dentro, considerando o volume e os preços médios de cada produto.
Como destacam os técnicos do Mapa, os dados de VBP regional mostram que São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são os estados com maior nível de faturamento, representando 54,7% do VBP total. As regiões Sul e Centro-Oeste são responsáveis pela maior parte do valor bruto, seguidas pelo Sudeste, Nordeste e Norte. Os resultados favoráveis deste ano possibilitaram a recuperação de alguns estados como Piauí, Bahia e Maranhão que no ano passado tiveram fortes perdas econômicas por problemas de seca especialmente.
Puxaram o VBP estadual para baixo, em 2017, a soja e o milho, culturas com valor estimado de produção menor que o apurado em 2017. A maior variação negativa, em relação às lavouras, vem da soja. Para este ano o VBP deve somar R$ 28,26 bilhões contra R$ 31,19 bilhões no ano passado. Com o milho a previsão é de R$ 9,35 bilhões contra R$ 9,79 bilhões no ano passado.
Na pecuária, bovinos e aves puxaram as estimativas também para baixo, na comparação com o consolidado em 2016. Nesta nova revisão do Mapa, o VBP da bovinocultura estadual passa de R$ 10,57 bilhões para R$ 9,92 bilhões. Na avicultura, de R$ 2,27 bilhões para R$ 2,05 bilhões. A produção de leite e de ovos também deverá perder receita, de R$ 602,79 milhões para R$ 544,60 milhões e de R$ 737,89 milhões para R$ 568,93 milhões, respectivamente.
No país, o valor bruto da produção (VBP) deste ano deverá ser de R$ 536 bilhões, 4,3% maior do que o alcançado no ano passado, de R$ 514 bilhões. O VBP é resultado das estimativas da safra agrícola deste ano, entre 237 milhões e 240 milhões de toneladas de grãos, e os resultados de alguns segmentos da pecuária. De acordo como Mapa, as 20 principais lavouras apresentam aumento real de 9,8% e a pecuária, um recuo de 6%. O valor das lavouras é de R$ 367,6 bilhões. Milho e soja representam 44,7% do valor das lavouras. A pecuária é estimada em R$ 168,4 bilhões.