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Algodão: preços disparam e têm máximas desde 2014

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Os preços do algodão dispararam na madrugada desta segunda-feira na Bolsa de Nova York, renovando algumas de suas máximas no mercado internacional. Por volta da 7h40 (horário de Brasília), os futuros da fibra subiam mais de 4% e o primeiro contrato superava os 85 cents de dólar por libra-peso.

De acordo com analistas internacionais, a forte puxada nas cotações refletem uma ‘disputa’ entre os fundos de investimento e as indústrias têxteis pelo algodão, na medida em que uma melhora na economia global estimula a demanda pela commodity.

Segundo informações do Financial Times, na semana passada, os preços do algodão alcançaram seus mais altos patamares desde meados de julho de 2014, com dados que mostravam o produto norte-americano sendo rapidamente consumido. Os Estados Unidos, afinal, são os maiores exportadores mundiais de algodão.

Estimativas dos USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostram que os estoques locais deverão ficar em 3,2 milhões de fardos antes de colheita de outono. “Estamos esgotados de algodão americano este ano”, diz Ron Lawson, da Logic Advisors ao Financial Times.

Para os corretores, esse tumulto ainda não terminou, uma vez que as indústrias ainda têm de fixar os preços de milhões de fardos que têm sua entrega prevista para julho. Dessa forma e dada uma forte volatilidade, a bolsa em Nova York chegou, até mesmo, a ampliar o intervalo em que os preços podem trabalhar nesta segunda-feira.

Os reguladores de commodities nos EUA informaram que as indústrias locais ainda não haviam acordado preços para cerca de 4,8 milhões de fardos com entrega prevista para acontecer até julho. “Um número alarmantemente alto”, disse Peter Egli, da Plexus Cotton.

Há algum tempo, o que se via eram os preços caminhando de lado frente a uma demanda maior por tecidos de poliéster e a China, maior produtora mundial da fibra, mantendo estoques elevados, limitando o potencial de rally nas cotações.

No entanto, Pequim começou a realizar vendas de algodão de seus estoques e o consumo mundial deverá registrar, este ano, um aumento de 2%, para 24,6 milhões de toneladas, na medida em que economia global também vai ganhando mais força, segundo acredita o Comitê Internacional do Algodão. Além disso, já se registra ainda um aumento das vendas de produto americano por parte de indústrias da Índia, do Paquistão e Vietnã em 60% neste ano.

Ainda de acordo com o Financial Times, esse movimento recente dos preços lembra um momento importante, em 2008, onde um pico importante foi alcançado e acabou tirando grandes nomes da indústria têxtil desse mercado. Hoje, o cenário é liderado pela Louis Dreyfus, Cargill, Glencore e Cofco Agri.

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