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Agropecuária mato-grossense reduz investimentos

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Na expectativa de acessar recursos oficiais com juros menores em 2018, o setor agropecuário de Mato Grosso freou as contratações junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). Até 30 de junho, a instituição manterá taxas compatíveis ou superiores à taxa básica de juros Selic, fixada em 6,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última quarta-feira (21).

No 1º bimestre deste ano, produtores rurais do Estado contrataram R$ 281,8 milhões, cifra 22,2% inferior aos R$ 362,4 milhões do mesmo período de 2017. O segmento é o que mais capta recursos do BNDES, mas conteve os investimentos por causa dos juros cobrados, afirma a analista de Agricultura da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), Karine Machado. Outro fator que coloca os produtores em compasso de espera para investir é o cenário político, acrescenta o produtor rural Adolfo Petry.

Segundo ele, a incerteza sobre o desfecho no pleito eleitoral deste ano inibe financiamentos. “Além disso, a taxa de juros cobrada pelo BNDES está acima da realidade do mercado financeiro”, endossa. “Desse jeito, como ele irá fomentar investimentos?”.

Como produtor rural, Petry já contratou operações ao banco várias vezes, sendo a última para aquisição de equipamentos. Na linha de crédito Moderfrota, uma das mais acessadas pelos produtores, os juros cobrados variam de 7,5% até 10,5% ao ano. O menor percentual é praticado para a compra de tratores, colheitadeiras, pulverizadores, plantadeiras e semeadoras por produtores com faturamento até R$ 90 milhões.

Já a maior taxa, que chega a ser 61,5% maior que a atual Selic, é praticada para os produtores com faturamento anual superior a R$ 90 milhões. Estão compatíveis com a Selic as taxas fixadas até meados de 2018 para as linhas Inovagro e PCA, esta última destinada ao financiamento de armazéns, tanto construção quanto ampliação. Por sua vez, o Inovagro atende produtores que visam implementar inovações tecnológicas nas propriedades para melhorar a produtividade. A linha de crédito permite financiar equipamentos, material genético, sistemas de geração e distribuição de energia.

Atualmente o governo normatiza as condições para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) da safra 2018/2019, que deve ser concluído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) este mês, segundo o secretário de Políticas Agrícolas do Mapa, Neri Geller. A intenção é reduzir as taxa de juros nas linhas operacionalizadas com recursos do BNDES. O PAP 2018/2019 passa a valer em 1º de julho.

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