Investidores do segmento rural e empresarial de Mato Grosso contrataram mais recursos este ano do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). No 1º bimestre de 2018 foram captados R$ 682,5 milhões do fundo de crédito, administrado pelo Ministério da Integração Nacional, pela Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e pelo Banco do Brasil (BB).
Comparado com o mesmo período do ano passado, o acesso aos recursos utilizados para iniciar, ampliar ou modernizar atividades produtivas no campo, no comércio ou indústria aumentaram 88%. No 1º bimestre de 2017 foram emprestados R$ 362,9 milhões para os tomadores de crédito. Os valores acessados nos 2 meses iniciais de 2018 foram pulverizados em 2,688 mil operações de crédito, 26,5% a mais que as 2,109 mil contratações de 2017. Os produtores rurais do Estado lideraram os empréstimos, ao tomarem R$ 447,6 milhões emprestados por meio de 2,626 mil contratos nos meses de janeiro e fevereiro deste ano.
Comparado com igual período de 2017, verifica-se incremento de 32,11% no desembolso para o setor e de 37,19% no número de operações, já que no último ano foram liberados R$ 338,8 milhões por meio de 1,914 mil contratos. Para financiar os investimentos na área empresarial foram liberados R$ 234,9 milhões do Fundo nos 2 primeiros meses deste ano, quantia 874,68% maior que os R$ 24,1 milhões assegurados no mesmo período de 2017.
O dinheiro ficou mais concentrado, já que foram atendidos 42 contratos, queda de 78,46% em comparação com o último ano, quando foram atendidos 195 contratos. Representante do segmento comercial, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio), Hermes Martins da Cunha lembra que lideranças do comércio do Estado se reuniram em Cuiabá no dia 25 de janeiro deste ano com o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge.
Um dos temas abordados no encontro foi justamente as condições de crédito do FCO. “Existe uma dificuldade unânime para os empresários na obtenção do financiamento”, afirma. Segundo ele, muitos investidores almejam obter o recurso oficial, mas desistem por causa da burocracia imposta pelos bancos repassadores do dinheiro. Ainda assim, a necessidade imposta pela crise econômica até o ano passado deixou os empresários numa situação financeira complicada, expõe o presidente da Fecomércio.
Dessa forma, os recursos do FCO foram determinantes para a sobrevivência da empresa. “Entendemos que com a estabilização da economia e indicadores voltando a aparecer no azul, essa busca pelo crédito deve voltar a subir nos próximos meses”, conclui.
Criado pela lei nº 7.827/89, o FCO é um programa de financiamento que busca promover o desenvolvimento econômico e social do Centro-Oeste. Disponibiliza recursos com taxas, limites e prazos de pagamento e de carência diferenciados. Como lembra o consultor econômico Carlos Vitor Timo, aos tomadores de crédito que efetuarem os pagamentos em dia é assegurado bônus de adimplência de até 15% sobre o valor a ser pago mensalmente.
Voltado para empresas e produtores rurais, o FCO prioriza os pequenos tomadores. Projetos que gerem mais empregos e renda, que ajudem a reduzir as desigualdades econômicas, sociais e a preservar ou recuperar o meio ambiente e que incentivem a inovação tecnológica e o turismo têm prioridade. Com o FCO é possível ampliar, reformar, modernizar, mudar o local da empresa, ampliar o estoque e comprar matérias primas. Os operadores do Fundo são o Banco do Brasil, MT Fomento, Sicredi e Bancoob.