A suinocultura no Mato Grosso passa por um momento delicado no cenário produtivo devido ao alto custo de produção e baixo preço da carne. Representantes da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) participaram da Mesa Redonda desta quinta-feira, durante o Show Safra BR-163, na Fundação Rio Verde, em Lucas do Rio Verde.
O diretor executivo da associação, Custódio Rodrigues, conta que a suinocultura cresceu basicamente na região Centro-Oeste, durante as décadas de 80 e 90, sempre com forte crescente, mas o momento é de baixa. “Passamos por uma crise a nível de Brasil e nosso Estado não ficou de fora. Perdemos importações do importante mercado russo, com isso estamos tendo prejuízos de quase R$ 50 por animal, o que preocupa”, explica o diretor.
Alternativas estão sendo buscadas, segundo Rodrigues. “Estamos junto ao Ministério da Agricultura, ao governo federal pedindo opções de compra, leilão de milho, prêmio aos produtores, mas sabemos que isso anda devagar”, afirma o diretor.
O que o setor já conseguiu foi a redução da alíquota de ICMS na comercialização estadual e interestadual de suínos vivos de 12% para 6%. “Temos que manter assim pelo menos até o final do ano, para que possamos sair desse sufoco que o setor está passando”, complementa o representante da Acrismat.
Apesar da produção do próximo ano ser uma incógnita as perspectivas são sempre boas. “Dependemos muito de mercado, é difícil afirmar o que vai acontecer no próximo ano, mas a tendência, claro, é melhorar”, encerra Rodrigues.
Apesar do momento, Mato Grosso é o quinto maior produtor do país, sendo responsável por 5,5% da produção nacional de carne suína. Atualmente possui um plantel de 1,5 milhões de cabeças, sendo aproximadamente 138 mil matrizes.
A Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) também esteve presente no terceiro dia da feira. Segundo Luciana Barros, coordenadora geral de fundos, a superintendência possui linhas de crédito especiais para o setor suíno. “Apoiamos e incentivamos a suinocultura na região. Dispomos para aplicação aqui no estado de R$ 2,3 bilhões e estamos dando foco para este setor, basta procurar uma das instituições financeiras que trabalham com o fundo aqui na região”, orienta Luciana.