Parece que nossas Instituições estão fadadas a viverem em uma crise permanente de valores, sendo vilipendiadas, sofrerem um enorme desgaste por parte de agentes públicos que são pagos e muito bem pagos com dinheiro publico. Essas pessoas que integram as Instituições públicas brasileiras recebem salário, vantagens, privilégios e mordomias que aos olhos do povo, principalmete dos trabalhadores comuns, representam um verdadeiro acinte.
Enquanto os trabalhadores que recebem no máximo dois salários mínimos e enfrentam as agruras de uma jornada de trabalho, desde o amanhecer tendo que usar meios de transportes que em muitos casos são piores do que o transporte de animais dos donos do poder, levam suas marmitas com comida amanhecida, saem de casa ainda escuro e voltam tarde da noite e não sabem se voltam com vida ou se irão encontrar suas famílias também com vida, tamanha e a violência que está presente em nosso país.
Além dessas condições, ainda têm que enfrentar o caos na saúde pública, as precárias condições de vida, morando em favelas, bairros sem qualquer tipo de infra-estrutura, onde o lixo, o esgoto e os matagais escondem animais peçonhentos e também bandidos.
Outros precisam revirar os lixões em busca de comida, de roupa ou de alguma coisa que possa ser útil para continuarem vivendo ou sobrevivendo em meio a miséria, exclusão social e econômica, sem perspectivas para si ou para seus filhos, que também desde a mais tenra idade passam a saber o que é amanhecer com fome e não ter a certeza de que irão se alimentar ou continuar vivendo.
Enquanto isto, os portentados dos três poderes da República brigam para receberem os chamados tetos, que só de salário chegam a ser mais de trinta mil reais por mês. Para esses a lei permite que recebam não apenas o décimo terceiro salário, mas um décimo quarto ou até décimo quinto.
Enquanto o trabalhador comum tem um mês de férias mas acaba "vendendo" um terço para ter mais uns míseros reais, os marajás da República, defensores da democracia, do Estado de Direito e do princípio republicano, trabalham sete ou oito meses por ano. Alguns desses comparecem aos seus postos de trabalho apenas três dias por semana, afinal têm que visitar as bases ou seus currais eleitorais.
Não contentes com tantas regalias criam outros subterfúgios para aumentarem suas rendas, são a chamadas vantagens do cargo, como auxilio moradia, mesmo que tenham moradia própria, usam o dinheiro publico para esta mordomina, passagens etc. Existem outras vantagens como verbas de gabinete, ajuda para aquisição de mobiliário, livros e por ai afora.
Enquanto ostrabalhadores comuns, verdadeiros escravos do século 21, têm que trabalhar mais de 35 anos para se aposentarem com um teto também mínimo, o tempo para os marajás, portentados e espertalhões parece esticar, alguns chegam a ter cinco aposentadorias, além de empregarem parentes próximos e aumentarem a renda familiar, quando não usam "laranjas" para tal finalidade.
Uma das excrecências que envergonham nosso país é, por exemplo, as aposentadorias de governadores. Existem casos como Mato Grosso que em uma única gestão foram aposentados três ex-governadores. O primeiro eleito que, afastando para concorrer a outro cargo público deixou a vaga para o vice e este que acabou se ausentando varias vezes e em seu lugar assumiu o Presidente da Assembélia, por pouco mais de um mês na função e também se aposentou como governador,com todas asmordomias e regalias do cargo.
Juntando-se a tudo isto, surgem os casos de corrupção, onde autoridades se associaçam com bandidos, contraventores e fazem tráfico de influência, acobertam práticas delinquentes, corrompem e são corrompidas. O caso que atualmente está dando o que falar do ex-lider do DEM, Senador Demóstenes Torres, longe de ser excessão, lamentavelmente, á e regra que decorre exatamente do estado de podridão em que vivem nossas Instituições. É triste mas é a mais pura realidade!
Juacy da Silva, professor universitário aposetado UFMT, mestre em sociologia
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