sábado, 7/setembro/2024
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Petróleo e crise

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Com certeza o petróleo e seus derivados são as "commodities" que mais impactam a economia mundial e de cada país dependendo da matriz energética e do grau de dependência externa que existe. Além do petróleo e seus derivados existem outras commodities como minerais, alimentos, produtos vegetais que desempenham papel decisivo no crescimento econômico.

O nível de dependência de um país está relacionado diretamente entre a existência dessas commodities no próprio território ou a necessidade imperiosa de importa-las, detrminando, assim, a capacidade política, econômica, diplomática e militar para garantir o suprimento desses insumos, sem o que se torna impossível um crescimento compatível com a estatura estratégica do país considerado.

Muitos conflitos e mesmo guerras já ocorreram em decorrência da disputa entre países pelo suprimento dos insumos vitais para o seu desenvolvimento. Países que em algum momento da história ocuparam posições de hegemonia ou domínio sobre os demais, caracterizando-se como impérios a exemplo de Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra,Franca, Alemenha, Japão e mais recentemente Estados Unidos, China, Ex-União Soviética (atualmente Federação Russa), sempre estiveram em conflitos para manterem territórios ocupados na Ásia, Africa e América Latina ou quando não mais conseguiam manter tais territórios pelo menos garantir a exploração de seus recursos naturais, de preferêcia a precos aviltantes.

O Oriente Médio e a África, principalmente os países situados ao norte do continente ,possuem grandes jazidas de petróleo e principalmnte após a organização da OPEP passaram a utilizar tal commoditie como arma política e ideológica transformando os países europeus, os EUA e o Japão em prisioneiros desta dependência.

As crises do petróleo de 1967 e 1973 trouxeram enormes impactos em todos os países importadores, incluindo o Brasil, cujas consequências estiveram presentes por mais de duas décadas, incluindo a aceleração do processo inflacionário, desequilíbrio das contas públicas, em virtude dos subsídios que os governos bancavam para evitar que o peso do aumento rápido do preço dos combustíveis pudessem sacrificar ainda mais o povo.

Apesar dos impactos negativos, o aumento do preço do petróleo e seus derivados possibilitou mudanças tecnológicas que até então eram inviáveis em termos econômicos. Podem ser mencionados o surgimento dos motores a álcool, o desenvolvimento da industria sucro-alcoleira, do etanol e de outros combustíveis e fontes de energia renováveis como a solar, a eólica, a geotermal e também uma maior participação da energia nuclear na matriz energética de países europeus, do Japao e dos EUA. Outro exemplo recente sao os veículos flex (que podem usar alternadamente gasolina e etanol)ou os carros híbridos,movidos a gasolina e eletricidade ou mesmo os carros elétricos que se apresentam como uma alternativa revolucionária `a dependência do petróleo.

Outro impacto positivo foi a substituição parcial do transporte rodoviário ,principalmente de cargas, pelo ferroviário e também outros modais além dos ônibus na matriz de transporte urbano, incluindo os metros e outros mais.

No caso dos EUA o preço da gasolina que tem aumentado por mais de nove meses consecutivos, tendo atingido o nível de US$3,80 por galão (3,785litros), um dos mais altos nos últimos seis anos. Na verdade este preco representa US$1,00 dollar por litro ou seja, em torno de RS$1,80 por litro, muito aquém dos precos pagos pelos consumidores brasileiros, apesar do governo sempre dizer que nosso país e auto-suficiente em petróleo e derivados. Para cada 25 cents de dóllar de aumento no preço da gasolina nos EUA o impacto é de 35 bilhões no bolso dos consumidores e isto acaba impactando a luta pela recuperação econômica tanto nos EUA quanto na Europa e outros países asiáticos.

A crise no Oriente Médio envolvendo principalmente o Iran, a Síria, a guerra no Afeganistão e a herança deixada pela guerra no Iraque, além da instabilidade de vários outros países da região produtores de petróleo ou a insegurança das rotas marítimas por onde escoam tanto petróleo quanto outros produtos, podem trazer sérias consequências para a economia mundial.

No próximo artigo irei apresentar alguns dados estatísticos que possibilitam uma melhor análise e visão mais atual deste quadro extremamente complexo e de alta volatilidade!

Juacy da Silva, professor universitário, mestre em sociologia, colaborador de SÓ Notícias
Blog www.professorjuacy.zip.net [email protected]

 

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