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Promotores da paz

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No último final de semana (sábado 04 de fevereiro 2012), a Comissão de Justiça e Paz da Diocese de Arlington, na Virgínia, realizou o VI Simpósio Annual tendo como tema "Os custos da Guerra: alternativas para a solução de conflitos", realizado na Paróquia de São Carlos Borromeo.

Os expositors foram o Frei Clement Apengnuo, doutorando em análise de resoluções de conflitos, na Universidade George Mason, após ter passado vários anos em Gana e outros países africanos envolvidos em conflitos armados e realizado curso em Roma; o Deão da Escola de estudos de conflitos da Universidade George Mason, Dr. Andrea Bartoli, que viveu vários anos em Moçambique, país que também viveu várias décadas de conflitos sangrentos e a Dra. Carla Walsh, Diretora dos serviços de apoio a refugiados e vítimas de conflitos e pobreza, tanto em países africanos quanto nos EUA. A medição do painel coube ao Padre Gerry Creedon, Diretor presidente da Comissão de Justiça e Paz da referida diocese.

Mais de 150 pessoas de diferentes paróquias e convidados participaram do referido seminário e puderam refletir sobre a natureza dos conflitos, das guerras e os custos que tais guerras têm para todos os países, inclusive para os EUA.

O quadro de referência para a análise desta realidade complexa e ao mesmo tempo cruel foi a Doutrina Social da Igreja (Católica), os documentos pontifícios e as resoluções das conferências dos Bispos de vários países. A questão central foi: o que cada pessoa, dentro de seu contexto e dos valores que orientam suas vidas como católicos podem fazer para evitar os conflitos e também realizar para reduzir os sofrimentos das vítimas das guerras e outros conflitos sociais.

Os custos das guerras estão refletidos nos gastos militares dos diversos países que a cada ano superam mais de 4 trilhões de dólares, na destruição da infra-estrutura dos países que estão envolvidos em conflitos internos (guerras cvisi) e também em guerras externas, nas perdas humanas que nas três últimas décadas apenas superam mais de 4 milhões de pessoas, além de outros milhões que se tornam deficientes, milhões de orfãos e viúvas, famílias destruidas e, finalmente, as perdas econômicas que também superam cifras de bilhões de dólares a cada ano.

Segundo um dos expositores, uma pequena parte dos recursos que são empregados para destruir pessoas e países seriam suficientes para praticamente acabar com a fome no mundo e se fossem investidos em saúde iriam contribuir para reduzir as taxas de mortalidade por doenças da pobreza com malária, hanseniase, diaréias e também prover água potável, saneamento básico e uma melhor qualidadede vida para mais de 250 milhões de pessoas que vivem na mais completa miséria ao redor do mundo.

Se as guerras geram tantas desgraças e consomem tantos recursos preciosos que deveriam e poderiam ter destinação mais nobre, porque as pessoas e os países não conseguem viver em paz? As explicações sao contraditórias e também complexas. A hipótese da natureza pecaminosa e malévola do ser humano em princípio tem sido descartada. Resta uma outra questão neste complexo jogo, a quem interessam as guerras e conflitos? Quem lucra com tais conflitos? Como podemos transformar nossas boas intenções e nossos compromissos embasados por uma ética crista em ações concretas em favor da paz? Como podemos ser promotores de uma verdadeira paz, tanto a nível das comnidades quanto dos países?

A resposta tem que ser obtida através de um diálogo e compromisso maior com a justiça, com a solidariedade e com a cidadania. Temos que promover a educação para a paz desde a mais tenra idade, inculcando valores mais humanos e menos egoistas em nossas relações.

Conclusão, só existe paz onde floresce a justiça, a solidariedade e o verdadeiro amor cristão. Este é o caminho que tanto as instituições quanto as pessoas devem trilhar na busca de um mundo sem Guerra e sem ódio! O caminho é longo e a jornada muito árdua, mas vale a pena tentarmos a partir da situação e da posição em que estamos vivenciando a cada momento. Aqui e agora!

Juacy da Silva, professor universitário, mestre em sociologia, colaborador de Só Notícias.

 

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