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Centro-Oeste Sulamericano Competitivo (I)

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As Missões Comerciais e pioneiras promovidas pelo Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso, aos países vizinhos, desde 1992, resultaram na redescoberta da América, sob o ponto de vista do potencial de oportunidades de negócios existentes e inexploradas ou muito pouco exploradas. A identificação desta imensa região que titula este artigo, com seus recursos naturais, renováveis ou não, ratifica este título.

Por Centro-Oeste Sulamericano quer se referir a região formada pelo Paraguai, pelo norte da Argentina, norte do Chile, Sul do Peru, noroeste e centro oeste do Brasil, contornando toda a Bolívia. Para melhor se situar geograficamente, basta imaginar um circulo com centro em Santa Cruz de la Sierra, com raio de 1.300 km, circunscrevendo uma área da ordem de 5.000.000 Km² com cerca de 40.000.000 de habitantes.

Nela encontram-se diferentes e antagônicos ambientes naturais, desde as planícies das mais baixas altitudes e elevadas temperaturas de Mato Grosso aos mais elevados picos das mais baixas temperaturas dos Andes. Desde o Pantanal, exuberância de vida em flora, fauna e água ao deserto de Atacama, o mais seco do mundo.

Os recursos naturais existentes nesta região são muito abundantes, quer sejam renováveis ou não, como as reservas de sal, de cobre, ferro, calcário, manganês, diamante, ouro, salitre, boro, frutos do mar, pescados de água doce e salgada, grãos, algodão, açúcar de cana, madeiras, couro e carnes, entre outros. O acervo em história, arte e cultura, aliados à beleza natural do seu potencial turístico, fazem desta região, única, na face da terra, pelos seus atributos.

Em que pese toda esta riqueza, seus povos ainda se postam de costas uns para os outros: uns voltados para o atlântico e outros para o pacífico, separados por uma grande muralha natural que são os Andes. Não bastasse estas dificuldades determinadas pela natureza, seus povos também não se falam, ou falam muito pouco entre si. Os sulamericanos falam muito mais com os norte-americanos, europeus e asiáticos do que com seus vizinhos de origem espanhola ou portuguesa.

Como se pode constatar, esta região desfruta de extraordinária localização geográfica, no centro do continente sulamericano, de frente para o maior e mais crescente mercado do mundo, carente de alimentos, que são os países asiáticos, tendo na retaguarda os maiores fornecedores de produtos alimentares do continente, em bruto ou semi-acabados, representados pela Argentina e pelo Brasil. Como se não bastassem estes atributos, existe nesta região um extraordinário potencial de mercado complementar intra-regional. Nós somos tradicionais produtores de alimentos e importadores dos insumos utilizados nesta produção. Na costa do pacífico e na região andina ocorre exatamente o contrário: são tradicionais produtores de fertilizantes e importadores de alimentos.

Com tantos atributos positivos, o que falta então para esta região se desenvolver, se integrar e se consolidar como que, um Bloco Comercial? Primeiro, faltam vontade e decisão política dos Governos Centrais, Regionais e ousadia da classe empresarial das regiões envolvidas. Segundo, que estas decisões sejam no sentido de um esforço comum para a reversão do quadro de desigualdade e de exclusão social existente, com a melhoria da infra-estrutura, de transporte, energia elétrica e comunicação.

A Integração Regional precisa de organismos democráticos fortes, que possam defender as iniciativas que objetivem a redução destas desigualdades sociais existentes no continente. Que defendam o comércio intra-regional e o intercâmbio cultural. Que promovam a justiça social e libertem os povos sulamericanos da pena eterna que os colonizadores de ontem e de hoje lhes impuseram, de viverem de costas uns para os outros.

*Serafim Carvalho Melo – vice-presidente do Conselho Temático de Integração Internacional do Sistema FIEMT. [email protected]

 

 

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