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Palocci e as fobias

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A notícia de que a bancada religiosa teria ameaçado convocar o Ministro Palocci para dar explicações sobre o seu enriquecimento caso a distribuição do kit sobre a homofobia não fosse suspensa me deixou surpresa.
 
Não assisti ao vídeo, portanto, não tenho opinião formada acerca de seu conteúdo. Acho que o assunto deve ser inicialmente tratado em casa e complementado na escola. Sempre entendi que educação é dever da família e os professores têm a função de instruir. Como perguntaria Amanda Gurgel, professora do Rio Grande do Norte, com um giz e um quadro é possível salvar o País?
 
A questão que quero abordar aqui é: enriquecer sem causa não fere a moral e os bons costumes?
 
Mostrar para as nossas crianças que ocupar um cargo público e enriquecer 20 vezes em quatro anos é permitido (ou no mínimo tolerado) não conduz a má formação delas?
 
Pergunto-me porque o Ministério da Educação e Cultura não se preocupou em autorizar a produção de vídeo que tratasse da discriminação contra os negros, contra os índios e contra os deficientes?
 
Já imaginou que efeito teria um vídeo com a imagem de um jovem famoso ao lado de seu avô dizendo o quanto ele aprendeu com ele e quanto aquela figura foi importante para sua carreira?
 
E sobre a discriminação contra as mulheres? Ah! Finalmente Pimenta Neves foi preso 11 anos depois de ter matado sua ex namorada! O Brasil está mudando…Antes levava quase 20 …
 
Quantos casos violentos ainda ocorrem contra as mulheres e até hoje o Governo não se preocupou em produzir um vídeo para valorizar as mulheres e ensinar que elas não são propriedades de seus parceiros!
 
É certo que os nossos jovens são sedentos de informações. Na semana passada minha colega Karol Rotini foi a uma escola pública de Cuiabá falar sobre ‘Dignidade da Pessoa’ e indagou da plateia se alguém sabia o que era bullying. Um pequeninho respondeu: é onde faz o café!
 
‘A Defensoria vai a Escola’ é um projeto da atual administração que tem por finalidade a aproximação da Instituição com a comunidade estudantil e leva conhecimento a respeito de cidadania aos alunos.
 
A discriminação e o preconceito são temas recorrentes nessas palestras. E de agora para frente o enriquecimento sem causa também será inserido no meu conteúdo. Os alunos precisam aprender que alguém que ocupa cargo público não deve se servir dele e sim servir aos contribuintes.
 
Vou falar sobre fobias… Fobia de pobreza, fobia de Justiça, fobia da perda da imunidade, fobia de honestidade, fobia de decência, fobia de ética!
 
Parafraseando meu colega Fábio Guimarães Neto: em alguns terrenos é preciso andar de galochas para não se enlamear…
 
 
Tânia Regina de Matos – defensora pública – membro do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher

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