No dia primeiro de maio deste ano, fez 10 anos que abrimos as portas do Pronto Atendimento de Sinop. Um presente providencial ao trabalhador sinopense que merece ser bem tratado. Até aquela data, Sinop só tinha alguns postos de saúde e poucos médicos dispostos a prestar atendimento pela rede pública. Nenhum atendimento de emergência, tampouco raio-x. A saúde era pequena e precisava ser alimentada para poder crescer!
Quando assumimos a prefeitura, tínhamos o desafio de fortalecer a saúde, de tornar Sinop polo e referência para as demais cidades do Nortão. Assumimos com dívida e estreamos o vigor da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas tínhamos que olhar para frente e parar de exportar gente para buscar tratamento fora. Não dava mais para permitir que 400 pessoas, todos os dias, fossem buscar o básico da saúde em Sorriso ou Cuiabá.
Em 120 dias colocamos a estrutura para funcionar, exatamente no dia primeiro de maio de 2001. Um divisor de águas na saúde de Sinop, o início de um desafio, que aceitamos de pronto! Cuidamos da parte física, burocrática e preenchemos o espaço de material humano. Assim, contratamos mais de quarenta médicos, enfermeiros, auxiliares, técnicos, mais de 100 agentes comunitários e, assim, fizemos a saúde chegar aos bairros mais distantes de Sinop. Com o PA nasceu 16 novos Programas de Saúde da Família (PSF’s).
O PA nasceu gigante. Quando aberto, já estava equipado com ultrassom, laboratório de exames. A partir daquele dia, Sinop passava a fazer parte do seleto grupo de 60 cidades do Brasil com mamógrafo, aparelho, até então, encontrado apenas em capitais. À cada conquista, a saúde crescia ainda mais. Crescia com o primeiro banco de sangue, com a implantação de mais de 20 especialidades médicas, a clínica de hemodiálise, o atendimento psicossocial, e a ala de oncologia. Conquistas que ajudaram a referenciar Sinop, não apenas na prestação de serviço na área da saúde, mas como no crescimento econômico.
Parcerias com a iniciativa privada, com o Lions Clube, Hospital Santo Antônio e, em pouco tempo, éramos polo em saúde. Um sonho que já se fazia realidade. Um sonho sonhado junto com uma equipe de funcionários comprometida, com pessoas lutaram desde o início, como Helder Umburanas, Valério Gobatto, Valdecir Rezende (diretor da implantação do PA), Lázaro Antunes, Ayrton Rossini, Jorge Nishimura, Heller Paolineli e tantos outros que acreditaram que era possível fazer, realizar, atender o maior anseio de nossa população: a saúde!
A saúde pública deu tão certo que deixamos de importar e passamos a exportar. As clínicas começaram a investir em especialidades e, os médicos, em consultórios. Um forte fator para a diversificação e fortalecimento da economia local, mesmo sem ter grande indústrias em suas terras, Sinop destaca-se entre as cidades com bom índice de desenvolvimento no Brasil. Vem o reconhecimento e a premiação.
Lembro-me de tantos que duvidaram, torceram contra e até apostaram que a abertura do PA quebraria a prefeitura que já era endividada. Ao contrário disso, modernizamos a máquina, aumentamos a receita própria, abrimos concursos para o funcionalismo, capacitamos, e fomos a administração mais premiada na educação e na saúde, a exemplo dos prêmios da Lei de Responsabilidade Fiscal (CFC), o prêmio de Município mais Dinâmico Economicamente do Estado e vários outros.
Mas a saúde é uma área que não pode parar. Tínhamos um novo desafio e em 2002 começou a luta para a construção do hospital municipal. Em 2008 demos mais um presente à população: uma estrutura com três salas cirúrgicas, mesa, foco cirúrgico, quase 80 leitos de internação e mais 17 de UTI’s. Meus dias como prefeito chegavam ao fim, mas eu tinha a certeza e a esperança de que novas pessoas sonhadoras e de fibra encarariam esse desafio assim como eu fiz no começo. Assim como fiz com o PA.
Vejo que me enganei! Praticamente dois anos e meio se passaram e, lamentavelmente, o que ouço são desculpas para justificar o não funcionamento do hospital. Acho que a saúde está doente ! Ela sofre de insônia, pois as pessoas que a cuidam não dormem, há dois anos e meio e, portanto, não conseguem sonhar com o fim do sofrimento de milhares de famílias que dependem do sistema público. Gostaria, sinceramente, que tão logo pudessem sonhar para, quem sabe, daqui a 10 anos contar, assim como eu, um sonho sonhado e realizado.
Nilson Leitão – ex-prefeito de Sinop por dois mandatos e presidente estadual do PSDB
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Pronto Atendimento de Sinop: 10 anos salvando vidas !
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