No ringue da vida e da morte Barack Obama contra Osama bin Laden. O vencedor, no momento, é Barack Obama por permanecer vivo e subir 11 pontos no percentual de popularidade momentânea, pelo seu ato de bravura, ao determinar e consolidar a morte do seu desafeto e desafeto da América desde 2001 quando aviões suicidas acertaram as torres gêmeas do World Trade Center em Nova Iorque e o Pentágono (a Central das forças Armadas dos Estados Unidos) ceifando ao todo quase três mil vidas. O vencedor é Barack Obama por permanecer vivo e ter determinado a morte de um homem que – isolado havia mais de cinco anos – já estava morto, ao menos enquanto chefe da Al-Qaeda.
A Al-Qaeda – organização terrorista fundada por Bin Laden reivindica a saída dos Estados Unidos do Oriente Médio que durante anos vem sofrendo baixas por conta dessa ação americana, apesar de os Estados Unidos possuírem alguns países aliados devido aos conflitos regionais que remontam à segunda guerra mundial e até antes, numa eterna briga sangrenta e santa ao mesmo tempo.
A morte de Osama bin Laden pode dividir o oriente médio em favoráveis e contrários aos Estados Unidos. Apesar de opostos entre si a tendência é que o mundo islâmico se una contra as forças autoritárias dos Estados Unidos em solidariedade, se não às organizações Al-Qaeda e Taliban, aos povos paquistaneses e afegãos e, considerando que nesse caso a distância não conta ponto, não podemos descartar organizações contra Israel que atuam e brigam na faixa de gaza como a libanesa Hezbollah de muçulmanos xiitas, a Fatah do presidente palestino Mahmoud Abbas ou o movimento de resistência islâmica Hamas.
Os Estados Unidos não deverão sair do Afeganistão em sua operação denominada de pacificadora. Lembremos que os EUA invadiram o Afeganistão para capturar Osama bin Laden e o mataram na cidade de Abbottabad, no Paquistão, prato cheio para a revolta do Taliban que atua nos dois países. Enquanto Obama sobe 11% no conceito da opinião publica, a morte de Osama bin Laden não elimina nem minimiza o terrorismo. Os norte americanos estão com a sensação de alivio, a pátria está vingada do 11 de setembro de 2001 e parecem alheios às possíveis consequências. O projeto iniciado por George W. Bush foi concluído por Barack Obama, a justiça foi feita. Se essa cultura é legítima ou não, não importa. O euforismo do sentimento americano é o que prevalece.
Foi-se o maior líder do terrorismo no mundo. O mundo agora está sem Bin Laden. O mundo ou os EUA? E a ONU? Houve alguma ordem de execução a Osama bin Laden ou os EUA agiram sozinho? Tudo indica que sim. Vingança própria e que se dane as consequências. E o corpo? Por quê não mostraram o corpo? Duvidas, duvidas, duvidas… Paquistaneses e afegãos estão se perguntando e eles querem resposta.
Quem está festejando a morte de Osama bin Laden é prol mericano, quem não está ou não se manifesta é antiamericano. É legitima a autorização para que Obama decrete (determine) a morte do terrorista? Diferente do Brasil que é guiado pelo direito romano os EUA são guiados pelo direito anglo-saxisônico. Parece que pelo aumento de sua popularidade, o povo americano legitimou o ato de bravura de seu presidente. Mas há quem questione: heroísmo, bravura ou incompetência e fraqueza? E agora, o que virá? A vingança já prometida pela Al-Qaeda? E a reação do mundo islâmico? Bin Laden era muçulmano e considerando que no mundo há 1,6 bilhão de muçulmanos, reações adversas certamente virão. Vamos aguardar.
Carlos Alberto de Lima é jornalista em Alta Floresta
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