Ao finalizarmos mais um ano em nossas vidas, costumeiramente fazemos um balanço sobre as atividades desenvolvidas no decorrer dos dias, semanas e meses vividos. No entanto, as primeiras coisas que lembramos são dos projetos não executados, dos sonhos ainda pendentes e principalmente dos desejos de nosso coração que ainda não foram atendidos. Ou seja, o que eu ainda quero!
Embora não haja nada errado em querer ampliar a nossa zona de conforto, inevitavelmente ficamos com aquela sensação de que poderíamos ter feito mais, avançado e conquistado mais.
E nessa linha de raciocínio, deparei-me com uma reflexão muito incomoda: gastamos muito tempo com o ‘mais" e negligenciamos o ‘melhor", estabelecendo parâmetros e referências para nossas vidas, vinculadas na maioria das vezes aos índices quantitativos e não aos qualitativos. O que impacta diretamente a nossa qualidade de vida, fazendo-nos focar friamente na ‘provisão" imediata e não na ‘satisfação" em sua plenitude, quando verdadeiramente conseguimos ser felizes sendo também uma pessoa melhor, seja como profissional, pai, mãe, filho, irmão, marido, esposa, colega ou simplesmente amigo.
Muitas vezes somos envolvidos em disputas vorazes e incompreensíveis nos mais diversos níveis de nossas vidas, simplesmente por vaidade ou capricho. Inclusive, contaminando nossos hábitos mais simples e usuais, fazendo-nos substituir a conversa por e-mails, despachos, pareceres, torpedos ou pela pauta da próxima reunião. Imprimimos um ritmo de vida que consome além do nosso tempo e saúde, nossas gentilezas e costumes. Seria algum tipo de sintoma ou mesmo de uma contra-indicação contemporânea?
Não seria interessante a tentativa de agregarmos valor às nossas vidas, estabelecendo entre as inúmeras metas para 2011 o ‘viver melhor"!? Não estou falando necessariamente de dinheiro, mas sim de vivenciarmos um ‘agora" de cada vez, não se afligindo com os males do amanhã e sendo dominados pela ansiedade.
Basta o mal de cada dia, como exorta a Bíblia Sagrada. Olhemos à nossa volta e prestemos mais atenção às bênçãos que nos cercam por todos os lados. Não desperdicemos nenhum detalhe desta vida, principalmente os mais simples e pequenos que sempre acabarão fazendo a diferença. Assim como as atitudes mais nobres do ser humano, permeadas pela fé, amor, esperança, humildade e gratidão.
Vamos tratar melhor uns aos outros, começando com os gestos mais simples que aprendemos com nossos pais como cumprimentar as pessoas, descobrir seus nomes, dar mais atenção às nossas famílias, sorrir com mais freqüência, etc.
Não ignoremos que um mundo e uma vida melhor dependem do melhor que possamos oferecer.
Jean Estevan Campos Oliveira – administrador, radialista e secretário adjunto da Secretaria de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs-MT)